LÂMINA INJUSTA

Botucatu, 22 de fevereiro de 2024

Nas ruas de Porto Alegre, onde a vida é um rebuliço,

Um negro trabalhador, na motoby, segue o serviço.

Mas lá vem a faca da injustiça, afiada e severa,

Ferindo o sonho desse homem, cortando a sua espera.

O sangue na pele escura, marca desse embate,

É a prova desse tormento, desse golpe que arrebate.

Não é só carne que se fere, é o sistema e a sociedade,

Num mundo onde o preconceito impera, sem piedade.

E a lesão, além da pele, deixa marca na alma,

É o grito do oprimido, é a dor que não acalma.

Agora ele é indiciado, num sistema desumano,

Onde a justiça é um jogo, e o negro é o pano.

Porto Alegre, cidade que chora, mais uma ferida aberta,

Enquanto o negro trabalhador segue a luta, incerta.

Pela igualdade, pela justiça, por um mundo mais leal,

Que ecoem os clamores, por um destino mais igual.

Vicente Fialho
Enviado por Vicente Fialho em 22/02/2024
Código do texto: T8004667
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