Nostradamus, não!
Tinha dezenove anos
Quando inventei de casar
Já tinha meu empreguinho,
E a noiva para amar
Mas não tinha ainda a casa
Onde iríamos morar
Meu sogro nos socorreu
E até hoje sou-lhe grato
Dando à filha a morada
Para habitar com "o gato"
E aguardar três netinhos
De hiato em hiato
Na rua da dita casa
Só havia gente boa
Eram pobres, pobrezinhos
Mas ninguém vivia à toa
A vida ali vivida
Dá pra dizer que era boa
E então, passados dois anos,
Veio o que se esperava
O primeiro dos rebentos
À luz se apresentava
Mas o seu nome não era
O que à torcida agradava
No que chamam chá de fraldas
Aos gritos de "esse não"
A mulherada zoava
Contra o nome em questão
Até que um certo dia
Falei numa reunião
"O NOME DO MEU MENINO
NÃO É NOSTRADAMUS, NÃO".