A estrela do Natal
Um poeta nosso, imenso,
Já escreveu certa vez:
“Ouvir estrelas, direis,
Certo é que perdeste o senso”.
Com meus botões, aqui, penso
Que a Bíblia expressa bem,
Tendo nascido em Belém
Cristo Jesus inocente,
Os Magos do Oriente
Ouviram estrelas também.
Quando em uma gruta fria
A Virgem Mãe dava à luz,
Nos horizontes azuis
Uma estrela aparecia.
Os anjos, em harmonia,
Num coral em tom comum
E os pastores em um
Louvor, faziam convite
A céus e terra: “Venite
E adoremus, Dominum”.
Enquanto Jesus nascia,
Uma luz rasgava os breus,
Nascera o Rei dos Judeus
Pelo ventre de Maria.
Uma antiga profecia
Dava esta indicação.
Três sábios com instrução
Viram a estrela brilhar
E a seguiram, via mar,
Em busca da salvação.
Três sábios em devoção
Por nomes de Belsazar,
De Melquior e Gaspar,
Como diz a tradição.
O incenso é oração,
De imensurável valor,
A mirra é fé no Senhor,
Que protege e orienta,
E o ouro representa
O mais verdadeiro amor.
Cada sábio, um exegeta
Dos messiânicos oráculos,
Entendedor dos vernáculos
Na mensagem do profeta.
Como as rimas do poeta
Que eu não posso esquecê-las,
O Amor cintila pelas
Estradas de céus floridos,
“Só quem ama tem ouvidos
Capaz de ouvir as estrelas”.
Se por três sábios, somente,
Cristo Jesus foi honrado,
Lembrando o tempo passado
E olhando o tempo presente.
Quantos há, atualmente,
Que reconhecem o Divino?
Quem ouve as lições do ensino
Ao ponto de entendê-las?
Quem compreende as estrelas?
Quem adora o Deus Menino?