DESTE MUNDO NADA SE LEVA Francisco Luiz Mendes.

DESTE MUNDO NADA SE LEVA

Francisco Luiz Mendes.

Pois sabe-se muito bem

Deste velho mundo cão

Que não se leva um tostão

Para esse mundo do além

Aqui tudo que se tem

Nesta Terra ficará

De nada adiantará

A capitalização

Juntamente num caixão

Só poeira sobrará.

E para que acumular

Tanto bem material?

Se vossa morte é real

Dela não vai se safar

Nem tente se disfarçar

Mudando a sua feição

Por fim, não tem jeito, não.

Tudo já está programado

Dia e hora, mês marcado

Não importa qual cristão.

Belas, casas e carrões.

Dólares e tudo o mais

Outros bens materiais

Mais, fazendas e aviões.

Moedas em aplicações

Noutro país estrangeiro

Que por meio dum doleiro

Cada vez fica mais rico

É aquele paparico

Só por causa do dinheiro.

Afinal, quem pensa ser

Ainda mais do que alguém

Não sabe o valor que tem

A força do bem-querer

Isso que é bem pra valer

Sem egoísmo qualquer

Sem pensar no malmequer

Nem mesmo em bens cabedais

Nem no rol dos maiorais

O bastante é o bem-me-quer.

Co’ os que valores se têm

Ouro, prata e diamante.

Um belo cordão brilhante

Lá no pescoço de alguém

Tão logo vira xerém

Para nada servirá

O abandono acabará

Com todo e qualquer valor

E seja lá como for

A Terra o degustará.

E lá naquela garagem

Tem tanto carro enfileira

E sob tanta poeira

Enferrujando a ferragem

E veja quanta bobagem

Para esse infeliz mortal

O seu bem material,

Não possui qualquer valor

É uma pétala incolor

No plano Celestial.

Na hora dum testamento

Oh, que grande confusão!

Contesta-se a divisão

É só desentendimento

E sai até xingamento

Por parte lá dum cunhado

Não aceita o valor deixado

Para sua esposa amada

Assim ela é orientada

Não rubricar o atestado.

E que ganância medonha

Neste territorial

Ter-se o bem material

É o que muita gente sonha

Assim sem qualquer vergonha

Almeja muita riqueza

Fala com muita franqueza

Que já cansou de ser pobre

E quer ser pessoa nobre

Tratado por realeza.

Eita, que torto pensar!

Aliás, quanta fraqueza,

Desejar certa riqueza

Para a vida melhorar.

De que vai adiantar

Tanto recurso querer?

Sabe-se, quando morrer,

Nada levará pro Céu

Na chama dum fogaréu

Tudo vai se derreter.

Afinal, quanta ousadia,

Desse ou daquele sujeito

Exibindo seu deleito

Ali no seu dia a dia

Uma vida de folia

Num estilo bel-prazer

De sucesso e de poder

Mormente de burguesia

É o que lhe tem serventia

Ao longo do seu viver.

Quem pensa somente ter

A riqueza por suporte

Está guiando um transporte

Ao abismo a padecer

Se esquece até de viver

Só vê a ganância à frente

Não lembra amigo ou parente

Vive num mundo só seu

E se um só dia viveu

Foi engano, puramente.

Presunçoso diz assim

Para mim dinheiro é tudo

Eu, para ele até saúdo.

Ainda brindo um tim-tim

Com ele faço festim

E não dou satisfação

Gosto da repercussão

Isso é o que me satisfaz

Pro resto não dou cartaz

Dane-se outra a opinião.

E uma mente cautelosa

Pensa diferentemente

Dinheiro ajuda, evidente,

Pois não é joia preciosa,

A fé é mais valorosa.

Ante bem material

Nosso Pai Celestial

E de tudo é o comandante

Não tem ninguém importante

Para o mundo Universal.

É notório que é Deus

Quem oferta o bem-estar

A riqueza é pra provar

Luzes nos caminhos seus.

Não importa sejam ateus

Ou por fim, quem quer que seja,

Pois Ele sequer corteja

Contra pequeno ou maior,

Nem o melhor ou pior

Pra todos, o bem almeja.

No mundo material

Comandante é o dinheiro

Esse é o Deus verdadeiro

Na cabeça dum mortal

Esse belo jovial

É movido à ganância

Para ele sua abundância

É tudo na sua vida

Quanto mais alta a subida,

Maior sua importância.

A riqueza bem vivida

Pois dá gosto de se vê

Enfim, a conta do “tê”

É muito mais acrescida.

Afinal, bem assistida,

Pelo plano Universal,

Decerto em modo geral

Perpetuando a fortuna

Sem precisar de tribuna

No convívio social.

Senhor milionário

Pensa quem morreu acabou

Porém ele se enganou

Diante do comentário,

Mas não passa dum otário.

Nesse territorial

Só vê o bem material

Na vida presentemente

E para ele é inexistente

O mundo espiritual.

Mãos vazias cá chegamos

Pois é fato consumado

O recurso acumulado

Mundo outro nós não levamos,

Por aqui, sim nós deixamos,

O que foi adquirido.

Ou se bem ou mal vivido

Esse bem material,

Mesmo com ou sem aval,

Pela Terra é consumido.

De que adianta nobreza

Sem laço espiritual,

E nesse mundo carnal,

O que vale é boniteza.

Afinal, a avareza!

De toda e qualquer maneira,

Mas sobressai de primeira

E salve-se quem puder

O querer do malmequer

Sim, vigora a vida inteira.

Pra que tanta ostentação

Em convívio social?

Pois este tal capital

Não tem muita duração

Um dia nesse mundão

Vai-se faltar certamente

Alguém evidentemente

Em outro plano vai estar

E quando nele acordar

Verás que está pobremente.

Dinheiro é evolução

Cada um já tem fatia

Para que tanta apatia

Gerando mais ambição,

Mas que importa opinião

Porém ninguém quer saber

Quanto mais tem, mais quer ter.

Dane-se qualquer questão,

Assim é nesse mundão,

Viva! Quem puder viver!

E de que adianta ter

Título de realeza?

Noutro mundo com certeza,

Nada disso vai valer.

Quando chegar a morrer

Aqui no Planeta Terra,

Mas nele mesmo se encerra

Toda a vaidade enfim,

Aliás, simples assim,

Pois nele não mais se berra.

Que correria sem fim,

Em busca do bem-estar

Alguém querendo provar,

É mais rico que outro, sim.

Daí, certo folhetim,

Faz sua anunciação

Tão logo em primeira mão,

Divulga seu cabedal,

E o bem confidencial,

É exposto à multidão.

Esse tolo acirramento

Nada tem de evolução

É ampla a contradição

De tal modo e atrevimento

Um grande enaltecimento

Gladiando por poder

Para somente saber

Quem será o maioral

Com seu bem material

Para o mundo o conhecer.

Um tem bonita mansão,

A mais cara do lugar.

Mídia pra variar

Mostra na televisão,

Morada do tubarão,

Fica ele mais contente,

Acha-se muito influente,

Por ser um bilionário.

Gosta até do comentário

Na coluna dum agente.

Oh, meu Deus quanta ilusão,

Do pobre tão infeliz.

Não passa dum aprendiz,

Ou até mesmo um vilão.

E pensa que o seu vidão,

É por toda a eternidade,

Que sua felicidade,

Está, pois, no seu dinheiro

Esse é o seu Deus verdadeiro

O resto é publicidade.

O senhor bilionário,

Pela manhã todo dia,

Quando abre o seu site e espia,

Seu valor acionário.

Sorri ante tal cenário,

Pois do valor que se tem,

O seu negócio vai bem,

Ele se sente feliz!

Para consigo assim diz:

__ E mais rico que eu, ninguém!

Riqueza que o rico tem,

Será que ele se indagou?

Tudo que já conquistou

De qual procedência vem?

Contudo, duvido quem

Liga para tal questão.

Com o recurso na mão

E vida de bel-prazer

Pois quem é que quer saber

De onde vem a provisão?

A vida assim continua

Cá neste plano terrestre

Lá em cima aquele Mestre

Que permanece na sua

Tão pouco compactua

Com a vida de seu ninguém

O livre-arbítrio se tem

Pra viver como quiser

Seja homem ou mulher,

Pois ele em nada intervém.

O egoísmo predomina

O lado material.

Pois assim, como é fatal,

Dele pouco se ensina.

Ainda em nada combina

E engana o próprio viver

A ganância do querer

Cada vez mais vai além,

Ai desse senhor, alguém

Que só pensa enriquecer.

Tanto bem material

Eu pergunto para quê?

Mas responda-me você

Caro Fulano de tal,

Pensa ser o maioral,

Diante do que se tem.

Acha-se acima de alguém

Se enganou redondamente,

Ao olhar do Onipotente,

Ninguém é mais que ninguém.

Feliz desse cidadão,

Poder em Deus confiar.

Em frente, pois, caminhar,

Sem ter preocupação.

E sendo Ele a solução

E para qualquer, porém,

Por que esse louco vaivém

Em busca do cabedal?

O feito é zero total,

Ante Deus valor não tem.

Fim.

Francisco Luiz Mendes
Enviado por Francisco Luiz Mendes em 11/02/2024
Código do texto: T7996940
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