Coisas da vida

No interior de Minas

Residia um cidadão,

Analfabeto legítimo

Que não tinha profissão,

Mas que trabalhava duro

Com muita dedicão.

******

Desde sua mocidade

Era ajudante geral,

Um ótimo funcionário

Da prefeitura local,

Que assinava com o dedo

Na época era normal.

******

O homem fazia faxina

E até serviço de pedreiro,

Mexia com eletricidade

Desentupia banheiro,

E se quebrasse uma cadeira

Dava uma de marceneiro.

*******

Ótimo pra fazer mandado,

Atuava também como vigia,

Segurança do prefeito

Qualquer coisa ele fazia,

Todos os funcionários

Na época lhe conhecia.

*****

Só que na prefeitura

Chegou um novo gestor,

Fez logo concurso publico

E Zé vigia se ferrou,

Nem se quer se inscreveu

Foi triste a sua dor.

******

Toda sua experiencia

Não serviu para nada,

22 anos de trabalho

Sem carteira assinada,

Saiu de mãos abanando

Sem ter direito a nada.

******

A cidade era pequena

Não tinha o que fazer,

O homem vivia triste

Começou até beber,

E as vezes perguntava

Como é que vou viver?

******8

42 anos de idade

Sem rumo sem direção,

A mulher e 4 filhos,

O homem estava sem chão,

Quando comprava café

Faltava dinheiro pro pão.

******

Por sorte o ex- Prefeito

Um dia lhe avistou,

Na rua catando lata

Viu Zé vigia e parou,

E disse para esposa

Conheço aquele senhor.

*****

Levou-o para sua fazenda

Com bastante alegria,

Arrumou logo um trabalho

Para o nobre Zé vigia,

Que foi viver feliz

Ao lado de sua família.

Dorgival poeta
Enviado por Dorgival poeta em 07/02/2024
Código do texto: T7993807
Classificação de conteúdo: seguro