CORDEL DO AMOR, APESAR DO DESERTO
Parece muita pretensão,
Escrevinhar sobre o tema
Tão cantado do amor
Alguém até pode dizer:
Que cordel mais sem jeito
É muito para este versejador
Que nem versejar sabe direito!!
Respondo que, sobre esse pedaço de chão
Terra de egoismo e de dor
Ainda há espaço para o amor
E a esperança vem dos desertos
Do profeta, porta-voz do Senhor:
Mesmo que a figueira não floresça
E os canteiros não resistam ao calor
A vida se recicla no escuro da morte
E o mal se dissipa na presença do amor
Acrescento, no fim do meu palavrear:
Enquanto poeta houver no mar do sertão
Enquanto bater um imperfeito coração
O sol há de nascer e o amor há de vingar