CORDEL DOS SETE PECADOS CAPITAIS

Os versos que passo a escrever

Tratam de tema rançoso e pesado

Falarei da vileza aqui de dentro

Da alma, qual câncer encruado

Não há ser humano sobre a terra

Do futuro, presente ou passado

Salvante nosso Senhor Jesus Cristo

Que deixe de cometer um dos sete pecados

O primeiro é a avareza

Lepra, coisa ruim, sem qualquer beleza

Faz o cabra acumular riqueza

Achando que isso tem alguma serventia

Enche o celeiro, faz transborar a botija

Mas Deus brada do céu, sua voz a soar:

Louco, hoje pedirão tua alma

E tudo que juntaste em nada te valerá

A gula é o segundo pecado a se descrever

Nele, o homem não come para viver

Mas vive a vida inteira para comer

Tantos nesse mundo na fome e sacrifício

E o glutão sentado em banquete e desperdício

O terceiro pecado afeta a janela da alma

Terrivel coisa é o olhar do invejoso

A grama do vizinho é sempre a mais verde

Quem sofre desse mal é desejoso

Dos bens e dos pertences do alheio

Com seu olho seca-pimenteira asqueroso

Do quarto pecado agora hei de tratar

Parece mais com um surto

Que não nos deixa pensar

Na ira não há qualquer esperança

Pois deságua no mal da vingança

Quem sofre de luxúria, pecado de número cinco

Torna-se um Sísifo com a pedra rolando

No cume do morro recomeça tudo de novo

Com o seu prazer nunca saciando

O sexto pecado é do preguiçoso

Que gasta todo seu tempo no cruzar

De braços esperando a sorte mudar

Bom seria se observasse da formiga o labor

Bicho que tudo faz com dedicação e primor

Do sétimo e último pecado tenho a dizer

Que todos somos iguais, do inicio ao fim

Ninguem é maior ou menor que ninguém

Senhor, livrai-nos de um coração soberbo, amém

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 21/01/2024
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