A ROLINHA E A CONSTRUÇÃO
 
 
O pedreiro me chamou:
- Dona Rosa, venha ver
uma coisa interessante!
Eu não sei o que fazer!
Temos que parar a obra
ou alguém tem que sofrer.
 
A rolinha fez seu ninho
no meio da construção!
Como tirá-la, meu Deus?
Digo a mim mesma que não.
Seria ferir de morte
de uma mãe, seu coração.
 
Temos que parar a obra
ou trabalhar volteando
o ninho, um berço de amor
onde encontra-se gerando
dois seres que a Natureza
guarda sob o seu comando.
 
E a rolinha ao me ver
com a máquina, a fotografar,
voou, pensando, talvez,
que eu a quisesse matar.
Saí dali meio sem graça...
Esperando ela voltar.
 
Seu companheiro chegou
logo depois e, piando,
chama a parceira, coitado!
E eu fico aqui pensando
na besteirada que eu fiz
à rolinha espantando.

 
 
Rosa Regis
Natal/RN - 18.04.2015 - 14h e 09min.
(três estrofes antes
e duas depois do ocorrido)
Obs: Depois ela voltou e protegeu seus filhotes
até eles aprenderem voar e irem embora.

 

Título reeditado em 19.01.2024