Um amor a misantropia

 

Na ordem dos falconiformes

Convívios só são gregários

Entre espécies carniceiras

Nos corpos comunitários

Atraídos por odores

Chegam urubus, condores

E outros abutres sicários

 

Há também os solitários

Ao exemplo dos falcões

E o instinto antropofóbico

Das águias e gaviões

A eremítica tendência

Que rejeita a convivência

São traços de evoluções

 

O homem vive em multidões

Sendo presa e predador

Nos outros e nele mesmo

O instinto é destruidor

Cada homem, uma unidade

Que unidas na sociedade

Coletivizam o horror

 

Sendo caça e caçador

Humanos predam humanos

Predação intraespecífica

Sem fatos darwinianos

Se caçam por egoísmo,

Ambição, materialismo,

Poder e impulsos insanos

 

A águia não caça a águia

Falcão não caça falcão

Nunca vi um fratricídio

Na concha de um ermitão

Pode ser misantropia

Mas quem sabe a harmonia

Possa vir da solidão...

 

Vivi Lissek
Enviado por Vivi Lissek em 02/01/2024
Código do texto: T7967598
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