O fuxico
Eu não suporto fofoca
Fuxico e nem conversinha
Mas disseram que Maria
Não é a mãe de Toinha
O pai é seu Ze do Trigo
A mãe eu sei mas não digo
Pois é uma parente minha.
(Marco Menezes)
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Toinha é filha de Miguel
Do finado João de Lôro
Aquele que era vaqueiro
E que mexia com touro,
O pai não é Zé do Trigo
Pois me disse um amigo
Que ele já nasceu goro.
(Lúcia)
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Se o pai não é Zé do Trigo
Agora fiquei assustado
Pois a mãe eu sei quem é
Então eu fui enganado
Mas ela me disse de novo
Que ele só tinha um ovo
E não estava quebrado.
(Marco Menezes)
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Prefiro não comentar
Pois eu não guardo segredo
Maria era muito "dada"
Me confesso seu Toledo
Que um tal Sebastião
Passava vendendo pão
E brincou com seu"brinquedo".
(Chico Potengy)
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De Maria e Bastião
Nasceu Tico Risadinha
Que pensa que é irmão
Da doce e linda Toinha
O pai era Zé do Trigo
A mãe eu sei mas não digo
Pois Lúcia é a madrinha.
(Marco Menezes)
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Me admira vocês
Vivendo de "leva e traz"
Dizer que dona Maria
Seduzia um rapaz
Pra viver amancebada
Uma mulher bem casada
Deixem sua vida em paz!
(Chico Potengy)
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Quando Zé casou com Maria
O bucho já tinha um mês
Ela vendia na banca
E se envolveu com um freguês,
Não era mais moça certa,
E se perdeu com um poeta
Chamado Marco Menezes.
(Lucia)
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Esse povo do Cordel
Está com tempo sobrando
Falando da vida alheia
E da janela espiando
Um difama Zé do Trigo
O outro coça o umbigo
E o mesmo dedo apontando.
(Marco Menezes)
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Magote de fofoqueiros
Não tem nada pra fazer
Não cuidam de suas vidas
E o que pode acontecer
Seu Zé já foi "premiado"
Miguel, o cabra safado
Continua a se "entreter".
(Chico Potengy)
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Quem disse isso foi Lúcia
Que Maria tinha um cacho
E que ia se encontrar
Com um freguês no riacho
E o maior desaforo
Foi Zé do Trigo ser goro
Quebrando o ovo no tacho.
(Marco Menezes)
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Estou aqui observando
A danadinha da Maria
Namorando um e outro
Não sabia quem queria
Uma lábia muito boa
Vi dizer que essa coroa
Com todos fez covardia.
(Poetisa Fran Farias)
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Este grupo é um perigo
Mexem com a vida alheia
Eu não gosto dessas coisas
Que pode dar em cadeia
Maria já foi lembrada
Daqui para a madrugada
Outra vai entrar na "peia".
(Chico Potengy)
Eu também acho melhor
Parar com esse fuxico
Já está ficando feio
Todo esse mexerico
Mas tem um cabra feliz
Que é o pai de Luiz
E o seu nome é Chico.
(Marco Menezes)
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Fran Farias, poetisa
Tá aí sem dizer nada
Mas há pouco segredou:
- Prefiro ficar calada
Essa estória de Maria
Me contaram outro dia
Traía sua cunhada.
(Chico Potengy)
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Ouvir falar essa conversa
Quando eu ia comprar pão
Foram tantos falatórios
Não sei se acredito ou não
Ela brigou com a cunhada
Teve gritaria e porrada
Uma tremenda confusão.
(Fran farias)
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Você está enganada
Pois não teve nada disso
A gritaria foi grande
Pois acabou o chouriço
Depois Maria saiu
E foi pra beira do rio
Atender um compromisso.
(Marco Menezes)
De Lúcia, eu tenho é medo
Com sua língua ferina
Foi ela quem boatou
A coisas de Severina
E eu todo inocente
Vivendo vida decente
Tô com pena da menina.
(Chico Potengy)
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Meu amigo tu é doido
Dizer isso de Lucinha
Ela vai fritar teu coro
E lambuzar na farinha
Eu lhe avisei e lhe digo
Se lembre de Zé do Trigo
Que só um ovo ele tinha.
(Marco Menezes)
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Tem mulher que fala muito
E é grande fuxiqueira
Vê as pessoas falarem
E sai contando besteira
É gente de língua grande
Maior que uma peixeira.
(João Aleixo Rodrigues)
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I- Seu João, pela caridade
Saí já dessa peleja
A coisa vai esquentar
E não é o que deseja
Um saiu só com um ovo
E tá previsto para o povo
Cabeças numa bandeja.
(Chico Potengy)
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II- Eu não queria falar
Mas agora vou dizer
Me casei com a Toinha
Foi esse o meu padecer
Tendo o "vício" de Maria
Me lasquei na agonia
De um chifre conceber.
(Chico Potengy)
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Maria é muito gulosa
Come tripa, queijo e arroz
Não sabe de quem é a filha
Já que saia com dois,
Um é Chico Potengy
O outro está por aqui
Seu nome eu falo depois.
(Lúcia)
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Eu bem que avisei a Chico
Para não bulir com tu
Agora ele que aguente
Ou vá morar no Mulungu
Eu vou ficar é na minha
Rezando na igrejinha
Chupando um moi de umbu.
(Marco Menezes)
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Pessoal, eu vou jantar
A mulher já me chamou
Eu prefiro o alimento
Esse papo já prestou
Seu José é meu amigo
Vai ficar de mal comigo
Sabendo o que se passou.
(Chico Potengy)
Em 10 de maio de 2023.