O LEILÃO...
13 de dezembro
Dia de Santa Luzia
A caminho da igreja
Com minha mãe e companhia
Fomos à celebração
Ainda durante o dia
O devoto que se preza
Não fica na teoria
Tudo estava bem tranquilo
Durante a celebração
Homilia bem perfeita
De grande inspiração
Quem estava concentrado
Não sentia frustração
Ambiente abençoado
Unidos em oração
Celebração encerrou
Começou logo o leilão
Daqueles ainda cantados
Gerando apreensão
É preciso uma reserva
Pra entrar na competição
O cantador do leilão
Começou com uma galinha
Pedindo ao povo o lance
Não se pode ser mesquinha
Oferta à Santa Luzia
Tem que ser top de linha
Dou-lhe uma, dou-lhe duas
E ainda dou-lhe três
Quem o lance maior der
Leva sem ter escassez
Vai juntando uma graninha
No período de um mês
Com a modernidade do pix
Qualquer um pode ter vez
Pra fazer gosto pra mãe
Eu fui cair na besteira
De participar do leilão
Perdendo a estribeira
O leilão era de um pato
Gritei lance de primeira
Outros lances foram dados
Para o pato então levar
Eu tão afoita estava
Comecei a me empolgar
Ofereci o que não tinha
Sem saber como pagar
Mas, a mãe estava feliz
Não me queixo, vou comprar
Comecei a me assustar
Quando o lance aumentou
Eu não quis ficar por baixo
A minha irmã me tentou
Continuei a dar lance
O leilão então esquentou
Valor cada vez mais alto
De repente agigantou
O último lance dado
Havia sido o meu
Esperei por outro lance
Mas ninguém se atreveu
Pensei: - Em que me meti?
A minha mãe resolveu
Se comprou tem que pagar
Sem dinheiro, agora deu!
Não tinha jeito pra mim
Não tinha outra saída
Ou pagava, ou fugia
Quem mandou ser enxerida
Santa Luzia, perdoe-me
Por me meter à sabida
Não se age por impulso
É preciso ter medida
O leilão de um festejo
Quando ele é bem cantado
Vende tudo em um instante
Faz-se até um fiado
Quem desejar pagar logo
Mesmo que esteja apertado
Não deixa o santo na mão
Pede dinheiro emprestado
Importa é contribuir
Ser um bem-aventurado.
Cléa Simone Oliveira Soeiro
Instagram: @cleasoeirooficial