MUNDO DOIDÃO - Parte II

Vejam só o que acontece
Com a vida atualmente
Faz de conta que jogaram
Do absurdo a semente
Para deixar a existência
Ajoelhada em penitência
E primitiva novamente

É homem usando sunguinha
Exibindo a bunda feia
Espertinhos de binóculo
Olhando a mulher alheia
E só o trabalhador pobre
Que não tem sangue de nobre
Permanece na cadeia

Quer coisa mais enxerida
Do que campo de nudismo
Duas meninas se beijando
E pegando impaludismo?
Imagine que o político
Vendo seu povo raquítico
Se esmera no sadismo!

Mas não pense que é só isso
Está tudo de pernas pro ar
Eu já fico imaginando
Como a coisa vai acabar
Se não tem político honesto
E a todos eles eu detesto
Por que tenho que votar?

E homem usando brinco
Enfeitado com fitinha
Balançando a poupança
Coisa assim de mariquinha
Que arrebita a rabichola
Veste a linda camisola
Querendo ser mulherzinha?

Infelizmente existe, sim
Não é possível esconder
Dê uma olhada nas ruas
É coisa de enlouquecer
Um parafuso está solto
O universo anda revolto
A máquina vai se perder

Veja só que descalabro
Ora está acontecendo
No mundo dito moderno
Tem minhoca se comendo
Papangu com mulher bela
Mosquito de sentinela
Homem novo esmorecendo

Achando que é de vanguarda
A donzela só quer ficar
Vai dormir com o namorado
E termina por emprenhar
Vai parir sozinha, o filho,
Cujo pai é um bigurrilho,
Mas volta logo a namorar

Tem sapo virando príncipe
Assaltante sendo honesto
Eita coisa mais estranha
Porco rejeitando resto
Vejo aqui tanta coisa feia
Ladrões fora da cadeia
E ainda dizem que não presto

Aviões têm despencado
Matando um monte de gente
As mulheres andam nuas
Isso é bom, mas indecente,
O mundo está tão bagunçado
Que o povo, desesperado,
Está pra morrer de doente

Muitos jovens são drogados
Água mudou prá cachaça
Roubar agora é bonito
A virtude, onde se acha?
Defeito virou qualidade
O medo domina a cidade
Gaúcho detesta bombacha

Algumas só mijam de pé
Sem querer saber de homem
Aquelas de sapato grande
Quando vêem um cara somem
Porque gostam do aconchego
Indo em busca do xamego
Daquilo que os machos comem
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 28/12/2007
Reeditado em 30/08/2008
Código do texto: T794741
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