Aquela jovem garota
I
Eu não entendo como aventura,
Mas que vale a pena eu contar,
Foi naquele tempo de candura,
Perto do Velho Chico, longe mar,
Terra de um povo alegre e forte,
Que não vive sem fé e na sorte,
Luta para viver e vive para amar.
II
Lá, eu conheci uma bela garota,
Que me encantei pelo seu olhar,
Aquela jovem formosa e marota,
Cabelos, tranças a me enfeitiçar,
Lídima beleza femínea do Norte,
Ninfa divina, meu anjo de morte,
Uma beldade que me fez delirar.
III
Era Junho, mês de Festa Junina,
O milho verde no fogo a estalar,
O quentão ao sabor da menina,
As cantigas, a fogueira, o arraiá,
Tudo quanto mais fazer sentido,
Em frente ao padre fiz o pedido,
A mais bela garota eu iria casar.
IV
Foram dias sublimes ao teu lado,
Chão batido da roça, o nosso lar,
Deitados na rede, corpos suados,
Vendo estrelas e o brilho de luar,
Únicos sim, tal qual nunca se via,
Grata viagem ao Sertão da Bahia,
Lembranças por eterno recordar.