Aquela jovem garota

I

Eu não entendo como aventura,

Mas que vale a pena eu contar,

Foi naquele tempo de candura,

Perto do Velho Chico, longe mar,

Terra de um povo alegre e forte,

Que não vive sem fé e na sorte,

Luta para viver e vive para amar.

II

Lá, eu conheci uma bela garota,

Que me encantei pelo seu olhar,

Aquela jovem formosa e marota,

Cabelos, tranças a me enfeitiçar,

Lídima beleza femínea do Norte,

Ninfa divina, meu anjo de morte,

Uma beldade que me fez delirar.

III

Era Junho, mês de Festa Junina,

O milho verde no fogo a estalar,

O quentão ao sabor da menina,

As cantigas, a fogueira, o arraiá,

Tudo quanto mais fazer sentido,

Em frente ao padre fiz o pedido,

A mais bela garota eu iria casar.

IV

Foram dias sublimes ao teu lado,

Chão batido da roça, o nosso lar,

Deitados na rede, corpos suados,

Vendo estrelas e o brilho de luar,

Únicos sim, tal qual nunca se via,

Grata viagem ao Sertão da Bahia,

Lembranças por eterno recordar.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 21/11/2023
Reeditado em 22/11/2023
Código do texto: T7937338
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