CATACRESE EM CORDEL
Catacrese é uma senhora
Com muita educação
Resolveu fazer uma festa
Lá na casa do botão.
Como tinha muitos amigos
Nem todos podia convidar
Os que ela mais gostava
Pra festa mandou chamar.
O início da festança
À boca da noite começou
E a maçã do rosto
Foi a primeira que chegou.
E logo foi sentando
No braço do sofá
Depois chegaram todos
Pé-de-meia, o último a chegar.
Boca de forno ficou triste
Porque não podia andar
De tanto ficar de boca aberta
Deu câimbra no maxilar.
Dente de alho ali num canto
Com ninguém conversava
Pois não tinha um perfume
Que o seu cheiro tirava.
A senhora perna da mesa
Muito triste resmungava
De uma cabeça de prego
Que seu pé machucava.
Céu da boca não achou graça
No meio de tanta gente
Quando foi tomar café
O danado estava quente.
Lá pelas tantas horas
Olho-d’água um susto levou
A asa da sua xícara
Sacudiu e levantou voo.
Menina do olho no final
Começou a cochilar
Mas tinha que partir
E de seus amigos separar.
Na saída pé de cabra
Provocou uma confusão
Deu um chute na batata
Da perna de seu irmão
Logo chegou o delegado
E levou todos pra prisão.