CAUSO DE AMOR CAIPIRA
CAUSO DE AMOR CAIPIRA
A história qui vô contá
aconteceu di verdadi
Quando eu fui namorá
uma moça da cidadi.
era de tar formosura
aqueli belu par de peitu
qui numa noite iscura
sonhei cum ela em meu leitu.
mais o qu ieu num sabia rapaiz
era qui a rapariga
era fia de um fazendêru
que tinha o rei na barriga!
além disso o pai dela
tinha dúzias de capangas!
prá protegê a donzela
seus melões e suas pitangas.
Coisa que já não se faiz
Eu pensei que fosse intriga
Da cumade Imaculada
Que é uma grande e boa amiga
No meu bem interessada
Apois bem, fiz uma figa
Dispois de tanto trabaio
Minha mão já não prossiga
Encontrou penduricaio!!
eu teimoso qui men mula
que ora impaca ora dispara
inté cercas ela pula!
tive ali minha lição
prá aprendê o meu lurgá
insisti em vê a moça
mi isparramei no sofá!
logo, logo me aparece
justo a mãe da donzela
qui mi deu uns conseios
e mi mandô fugí dela!
Eu fingi qui fui imbora
com uma misura amarela
dispois rudiei a casa
e pulei pela janela.
sabem onde fui caí?
issu mermo: no quarto dela!
foi beijos de tantos sabores
chocolate, moranga, marmela.
Foi aí qui o fazendêru
para meu grande azá
arrebentô com a porta
falô: bejô! tem qui casá!
E chamô os seus capangas
uns homi muito troncudo
parecenu tarzan de tanga
elis vieru com tudo!
acontece camarada
que tenho o corpo fechado,
rabo de arraia e pernada
correnu pra todo lado
os jagunço se assustaro
com a minha habilidade
um sujeito bão de faro
um caboclo de verdade
ao bater lá nos capanga
do diacho do sujeito
diabo chupando manga
necessita de respeito
coroné ao ver o fato,
se borrou eu lhe garanto
desbarrancou para o mato
sumiu como por encanto.
Mais a mãe da donzela
surgiu cuma cartuchêra
e falô: caza cum ela
ou ocê vira bichêra!!
dispois daquele argumento
que qui ia ieu fazê?
Fui pro artá... qui tormentu!
mi cazaru prá valê.
IMACULADA CATARINA E MARCOS LOURES
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