A cabrita endoideceu
A cabrita que endoideceu,
Chifradas passou a desferir,
Berrava o que não era seu,
Corria pelo pasto até cair,
Depois retornava candura,
Mas todos sabiam loucura,
Dos atos insanos a proferir.
A cabrita adquiriu a mania,
Correr atrás de bode velho,
Pobre louca, tenra agonia,
Aberração; seu evangelho,
Achou que era uma novilha,
Vivia perturbada numa ilha,
Com outros destrambelhos.
A cabrita passou a inventar
Fantasias, ser outra criatura,
Com se ninguém fosse notar,
Aquela pobre vasta loucura,
Seus berros eram uma farsa,
Afamada ficou: boca de traça,
O fim de sua louca aventura.