A cabrita endoideceu

A cabrita que endoideceu,

Chifradas passou a desferir,

Berrava o que não era seu,

Corria pelo pasto até cair,

Depois retornava candura,

Mas todos sabiam loucura,

Dos atos insanos a proferir.

A cabrita adquiriu a mania,

Correr atrás de bode velho,

Pobre louca, tenra agonia,

Aberração; seu evangelho,

Achou que era uma novilha,

Vivia perturbada numa ilha,

Com outros destrambelhos.

A cabrita passou a inventar

Fantasias, ser outra criatura,

Com se ninguém fosse notar,

Aquela pobre vasta loucura,

Seus berros eram uma farsa,

Afamada ficou: boca de traça,

O fim de sua louca aventura.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 27/10/2023
Código do texto: T7918124
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