OS DOIS GAROTOS
Bem de manhãzinha
Sai José e Luizinho
Pegaram o alçapão
Seguiram pelo caminho
Iriam para a floresta
Aprisionar passarinho.
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Quando ouviram o grito
Saíram em disparada
Alguma coisa estava presa
Uma carinha indignada
Olhava pedindo socorro
Na gaiola aprisionada.
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Não esperavam pegar aquilo
Ficaram os dois sem ação
Era tanta a tremedeira
Os pés não saíam do chão
Correram para casa
Em busca de proteção.
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O pai, desconfiado perguntou:
Estão os dois amarelos
Correndo dessa maneira
Até perderam os chinelos
Parecem mais dois palitos
Daqueles bem magrelos.
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Os moleques só tremiam
Nem conseguiam falar
Pe..pe..pegamos um bicho
José conseguiu gaguejar
É enorme e feioso
Por favor, vá lá soltar.
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O pai olhou estranho
Parecia até espantado
Mas que bicho é esse
Deve ser bem assombrado
Pra vocês ficarem assim
Com esse medo estampado.
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Então vamos lá conferir
Mas que isto sirva de lição
Todo animal é livre
Não nasceram para a prisão
A casa de todos eles
É na grande imensidão.
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Já refeitos do susto
O pai seguia na frente
Os dois de olhos abertos
Quando de repente
Ouviram gargalhadas
E pisadas de gente.
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Junto do alçapão armado
Tinha pessoas olhando
O enorme corujão
E Julinho foi se esquivando
E de longe se ouvia
O pobre pássaro gritando.
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O pai dos meninos falou:
Foi isso o que pegaram
Um pobre de um corujão
Os dois logo gritaram
Com esses olhos enormes
Eles nos assombraram.
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A gaiola foi aberta
O pássaro ganhou a liberdade
Os dois prometeram
Nunca mais fazer maldade
E juntos voltaram felizes
Para a vida na cidade.
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Autora- Irá Rodrigues.