O CORDEL DO ZÉ SCAMBAU
Vô fala do delegado
por nome de catimbau
Pensa num ome brabo
Mas um dia se deu mau
Só dispois eu fui sabê
Que ele tinha que prendê
O bandido Vadisláu
Vadislau ome bandido
De aparença infernáu
Um caboco veneneso
Iguar uma cobra corau
quando ele se apresentava
O catimbáu se disfarçava
Em formato de urutáu
Quando foi um belo dia
Nos meio dum cafesáu
De vereda demo de cara
Com o tar de Vadisláu
Que tava no mesmo atáio
Diz que ia jogá baraio
Na venda do meneláu
Fumo chamá o delegado
Por drento do canaviáu
Eu e meu guri Jardéu
Junto com o Juvenáu
Um galego munto bardoso
Alemão munto medroso
Das banda de brumenáu
Quando cheguemo na bodega
Avistemo uma Ruráu
Era o carro do delegado
Com as muié do bacanáu
Quando ele ficô sabendo
O cagão foi se escondendo
E sumiu no milharáu
O governadô quando sobe
Do papéu do catimbáu
Nomeô pra delegado
O bandido Juvenáu
E hoje a nossa cidade
Já miorô barbaridade
Ganhemo inté carnaváu
Vamo ganhá pinheirinho
quando chega o natáu
Vamo ter papai noéu
E dia de são Nicoláu
Vamo ter um zeroporto
Um cemitéro pos morto
E inté cartão postáu
Catimbau não vortô mais
Pra assumi o seu papéu
Vadislau de delegado
Virou um cabra fiéu
Por isso eu arresorvi
Sentei aqui e escrevi
Essa omenage em cordéu