O CORDEL DO ZÉ SCAMBAU

Vô fala do delegado

por nome de catimbau

Pensa num ome brabo

Mas um dia se deu mau

Só dispois eu fui sabê

Que ele tinha que prendê

O bandido Vadisláu

 

Vadislau ome bandido

De aparença infernáu

Um caboco veneneso

Iguar uma cobra corau

quando ele se apresentava

O catimbáu se disfarçava

Em formato de urutáu

 

Quando foi um belo dia

Nos meio dum cafesáu

De vereda demo de cara

Com o tar de Vadisláu

Que tava no mesmo atáio

Diz que ia jogá baraio

Na venda do meneláu

 

Fumo chamá o delegado

Por drento do canaviáu

Eu e meu guri Jardéu

Junto com o Juvenáu

Um galego munto bardoso

Alemão munto medroso

Das banda de brumenáu

 

Quando cheguemo na bodega

Avistemo uma Ruráu

Era o carro do delegado

Com as muié do bacanáu

Quando ele ficô sabendo

O cagão foi se escondendo

E sumiu no milharáu

 

O governadô quando sobe

Do papéu do catimbáu

Nomeô pra delegado

O bandido Juvenáu

E hoje a nossa cidade

Já miorô barbaridade

Ganhemo inté carnaváu

 

Vamo ganhá pinheirinho

quando chega o natáu

Vamo ter papai noéu

E dia de são Nicoláu

Vamo ter um zeroporto

Um cemitéro pos morto

E inté cartão postáu

 

Catimbau não vortô mais

Pra assumi o seu papéu

Vadislau de delegado

Virou um cabra fiéu

Por isso eu arresorvi

Sentei aqui e escrevi

Essa omenage em cordéu

 

Pedrão Cordelista
Enviado por Pedrão Cordelista em 24/09/2023
Reeditado em 02/10/2023
Código do texto: T7892984
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