A HISTÓRIA DA IGREJA QUE SE TRANSFORMOU NUM BARZINHO
Tem coisas que vão passando
Não prestamos atenção
Pois lá no Castelo Branco
Se deu tal contradição
Templo de crente devoto
Um comprador disse: Boto
Pra comprar a devoção.
Num é que tudo deu certo
A compra foi consumada
No lugar daquele templo
Hoje tem é cachaçada
Gente de todo recanto
Vem beber naquele canto
Só pensando na noitada.
Tanta gente lendo Bíblia
Já é coisa do passado
O local dos evangélicos
Parece ter se mudado
O debate tem ressalva
Nesse bar ninguém se salva
Isto é fato passado.
Antigamente se via
Gente roubando fugindo
Igreja sem ter ninguém
Tanto pastor só mentindo
Numa tristeza sem fim
Chamando tudo de Caim
E todo foi se subtraindo.
Gente falsa tinta tanta
Pro culto ficar melhor
Madames com preconceito
Todo dia na pior
Homens de pouco prestígio
Se mudaram pra Remígio
Pro pingo descer suor.
É tanta gente falsa, sei
Não temos como falar
É gente que ler um livro
Nem sabe bem explicar
Só sabe mesmo fazer
É gente pobre sofrer
É um saber enrolar.
Igrejas que são fechadas
Tem que ter o seu motivo
Tantas só querem dinheiro
Pro seu mundo subjetivo
Falam em nome de Cristo
Num palavreado misto
Mas ser ruim é adjetivo.
No Castelo tem exemplo
Igreja virou barzinho
Todo sábado tem festa
Com gente que tem carinho
O Castelo tem demais
Procure nos seus jornais
Templo por todo caminho.
Não conseguem definir
A ciência da criação
Vivendo das negações
Falam em proibição
Se você não tem dinheiro
Corra logo bem ligeiro
Não terás a salvação.
O cordel quis esse tema
Tão difícil de se ver
Templos cedendo terreno
Pro bar que dá prazer
Tem culpa tantas igrejas
Da grana fazem bandejas
Pentecostal quer viver.
Igrejas de tantas seitas
Nos quintais do meu Brasil
Passando trote, não todas
Poucas passam no funil
É troca de mercadorias
Nos ares das agonias
Nas águas sem ter cantil.
Olhe por todo redor
Essa grande quantidade
É tanta casa vivendo
De templos sem qualidade
Que vivem ludibriando
Porque não, roubando
E tem pastor da maldade.
É por isso que fazemos
Crítica dessas construções
Nesses bairros populares
Tantas falsas pregações
Pastores querem a grana
De forma mais que sacana
Causando destruições.
O Brasil está completo
De templos em todo canto
Com cânticos de louvor
São contra qualquer santo
Evangélicos tem de monte
Que vão beber na fonte
Com seu turbante santo.
Devemos fazer o bem
Sem estudar ou doutores
O fiel não consegue firmar
As falas dos seus pastores
A contribuição dada
Virando contos de fada
No templo dos horrores.
O barzinho tem música
Pro povo se divertir
Chega de cara fechada
Vamos sim, nos consentir
Eu sou gente, tenho crença
Tantos vivem da descrença
Nós queremos se refletir.
Tanto crente que conheço
Que nunca quis estudar
Vive das enrolações
E só na Bíblia quer falar
Porém, não sabe de nada
Tem a visão deturpada
E só faz é mesmo bajular.
O pastor pensa que sabe
No fundo não compreende
Decora poucos versículos
Que tanto crente se defende
A frase de Deus sem vida
Em tantos causam ferida
Que se compra, que se vende.
Meu coração é de Deus
E sei que tenho valor
Não boto Bíblia no braço
Desculpe caro pastor
Vejo teu templo fechado
Sem capital arrecadado
Num bar que tem cantor.
O barzinho é lotado
Todo final de semana
Tem gente que se respeita
Sem pensar na terra plana
Devotos negacionistas
Trocaram por balconistas
De vidas sem ser sacana.
Quando passo lá na frente
Fico só imaginando
O que mesmo ter havido
Quem passou se louvando
Igrejas precisam de paz
Negar tudo não nos faz
O mundo vive mudando.
Minha fala neste bar
Pro povo que diz ser crente
Igrejas não salvam vidas
Pro cristão maledicente
A palavra dos forasteiros
Tantos deles zombeteiros
Vem dos olhos da falsa gente.
Você já se perguntou
Sobre certos fechamentos
Igrejas virando bares
São grandes esses lamentos
As orações dos pastores
No vil dos redentores
Causam tantos sofrimentos.
Templo que já foi local
Hoje é bar sem preconceito
Quem aceita nosso Jesus
É mais que nosso direito
Não viver de falações
Tantas delas maldições
Pro povo no seu leito.
Tanta crente com pantim
Gosta de fazer é festa
Vive das especulações
Bem escrito numa testa
Os cantares não lhe trazem
Saúde nunca lhe fazem
Pabulagem é que resta.
Entenda tudo que digo
Não faça seu julgamento
Entenda do que se fala
Religião é movimento
Não local de vigaristas
Usufrutos capitalistas
Bem ali no pavimento.