Os temperos de uma rima
Nutrem os versos de amor
         


ERIVAS

Quase perco as estribeiras
Para glosar esse mote
Vou plagiar Zé Limeira
E apelar para a sorte
Numa luta de esgrima
Minha arma é uma flor
Os temperos de uma rima
Nutrem os versos de amor
2
Não venha me criticar
Se as rimas ficarem tortas
Eu não vou me intimidar
Tão pouco bater as botas
Como fez a minha prima
Suas vaias têm bolor
Os temperos de uma rima
Nutrem os versos de amor
3
Na praia de Cabo Branco
Vi meu príncipe encantado
Meu coração num arranco
Era um dia de sábado
Não demorei, fui pra cima
O beijei com mui ardor
Os temperos de uma rima
Nutrem os versos de amor
4
Mas o principe virou sapo
Em pouco tempo sumiu
Eu fiquei como um farrapo
Meu verso desminlinguiu
Pus pimenta na autoestima
E voei como um condor
Os temperos de uma rima
Nutrem os versos de amor
5
Minhas rimas têm temperos
Seu sabor é agridoce
Cravo e canela seus xêros
Junto tudo faço um doce
Tudo isso me fascina
Alimenta o meu labor
Os temperos de uma rima
Nutrem os versos de amor
6
Depois vem a sobremesa
Com o sabor de caqui
Versejo com mais leveza
Canto como um colibri
Componho uma obra-prima
Versos de muito pudor
Os temperos de uma rima
Nutrem os versos de amor.



 
Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 22/09/2023
Reeditado em 09/04/2024
Código do texto: T7891379
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