Adélia, que é poeta de verdade
"O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre."
Adélia Prado
Adélia; que é poeta de verdade.
A sua Bagagem se apresentou.
Com licença poética inaugurou.
Nos versos, um tom de oralidade.
Do leitor; quis uma proximidade.
-Olhem, vim carregar a bandeira!
Nasci mulher, e nasci mineira!
O seu eu-lírico era percebido,
Num aspecto meio oferecido.
Cachos de versos, rica videira.
Adélia; que é poeta de verdade.
Chegou ao som d’uma trombeta.
Com a poesia matutando treta.
Arregaçou mangas na dificuldade.
E seguiu com naturalidade.
-Olhem, vim carregar a bandeira!
Mulher, professora, mãe, mineira!
Drummond foi a sua inspiração.
Quem apoiou a sua edição.
Cachos de versos, rica videira.
Adélia; que é poeta de verdade.
E ‘não tão feia que não possa casar’.
Com Rio de Janeiro foi se encantar.
Seguiu, se jogou com regularidade.
Em encanto e perplexidade.
Carregou muito mais que a bandeira!
Mulher, professora, escritora, mãe, mineira!
Romantismo; linguagem coloquial.
Cotidiano ressignificado; intelectual.
Cachos de versos, rica videira.
Uberlândia MG