O LOBISOMEM DA MEIA NOITE (Republicação)

 

Correu um boato danado

Que assanhou toda cidade

E causou grande reboliço

Quem largasse do serviço

Mesmo sendo autoridade

Tinha que estar preparado

 

Alguém disse ter visto

Um bicho feio correndo

Vindo em sua direção

Que mais parecia o cão

Era grande e horrendo

Aconteceu de imprevisto

 

Pela glória do nosso Deus

Essa pessoa escapuliu

E conseguiu se esconder

Ficando sem entender

Aquela coisa que viu

Com os dois olhos seus

 

O danado parecia miragem

Que vinha não sei de onde

E sempre na meia noite

Quem estava de pernoite

Nem esperava o bonde

Preferindo perder a viagem

 

Esse fato da triste aparição

Começava pelas onze e meia

E ia até quase uma da manhã

Me lembrando então Iansã

Gelando o sangue na veia

Desculpem minha indiscrição

 

De manhã grande alvoroço

Quando um corpo encontrado

Deixava o povo chorando

E um cristão perguntando

Nervoso porém concentrado

Por que sangrou o pescoço

 

Estava então confirmado

Que um lobisomem agia

Ali naquela pequena região

Sendo o primeiro ancião

Que ao bicho não reagia

Por não estar preparado

 

Depois teve muito mais morte

Alguns nem sequer acreditavam

Que ainda existia lobisomem

Essas cenas logo consomem

Aqueles que só duvidavam

Só esperando ter mais sorte

 

Antes da meia noite porém

Todo mundo tinha certeza

Que algo ruim iria acontecer

Melhor esperar amanhecer

Não ir contra a correnteza

E antever o que lhe convém

 

Publicado originalmente em 28/01/2021

 

 

 

 

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 15/09/2023
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