AMIGOS TRAVESSOS

Coitados dos passarinhos,

dos gatos, dos cachorrinhos

com os filhos de Neneco.

Eram muitas as pedradas,

as pesadas bordoadas,

mais leve era um peteleco!

Outro menino travesso,

era virado do avesso

o Milton de Luluzinho.

A mãe fazia sua prece,

mas, pelo que me parece,

perdeu um parafusinho!

Continuando o batuque,

me lembrei de Furifuque,

filho de Tião de Adão.

Capetinha inconsequente,

sempre brigava com a gente,

era o rei da tentação!

E lá vem Luiz de Tina,

peça rara, gente fina,

parecia um furacão.

Daquele bem disfarçado,

era um menino danado,

joga a pedra e esconde a mão!

O Adalmo de Genesco,

um menino pitoresco,

mas atentado também.

Arrumava confusão,

entrava no bofetão

e não batia em ninguém!

E o Juca de Joaninha,

criança bem levadinha,

mas que ninguém dava fé.

Pra começar a intriga

jogava o outro na briga

e depois dava no pé!

Já o nanico de Nezinha,

um verdadeiro capetinha,

era o xodó das professoras.

Deus o levou para o céu

e lá lhe deu o troféu

junto às aves cantadoras!

Na Fazenda dos Macacos,

lá cresceu o Zé de Joana.

Era um menino bacana,

mas só pensava em brigar.

Chegava, acabava a festa.

Fazia nada que presta,

era o terror do lugar!

Edigar de Chico Lopes

sempre trocava uns retoques

com Antônio de Ademar.

Os dois quando se cruzavam,

chispas dos olhos pulavam,

querendo se devorar.

O Juca de João Virinha

tinha a alma bem limpinha

e amava os passarinhos.

E só pra fazer gracinha,

fazendo o que lhe convinha,

bebia os ovos nos ninhos!

Falo agora do meu primo,

pessoa que muito estimo,

o Juquinha de Bilu.

Ele era um bom amigo,

mas diante do perigo,

virava um jaracuçu!

Geraldo de Tereza de Sinhá,

na lembrança ficará.

Grande amigo de infância.

Me livrou de muitas brigas,

dissipou muitas intrigas,

evitando discrepância!

Outro Geraldo muito amigo,

colaborou muito comigo,

filho de Mané Picada.

Não me deixava apanhar,

pois lutava em meu lugar,

cobrindo o outro de pancada!

Zinho de Zequinha Maia

nos fazia de cangaia

com Adim de João Virinha.

Como a dança das marés,

mantinham a bola nos pés

nas peladas da tardinha!

Com as mãos cheias de calo

me aparece o João Badalo,

filho de dona Guidinha.

Herói de Joãozim Nonato,

buscava lenha no mato,

mal raiava a manhãzinha!

O Genilson de Iracema

que vai me servir de tema

para um verso elaborar,

perdeu seu irmão querido,

o Geraldo destemido

que com Deus já foi morar!

Lembrei de Nem de Lazim,

Menino que, para mim,

era o galã do lugar.

Via menina bonita,

lá vai o nosso catita,

prontinho pra namorar!

Edison Soares de Oliveira,

menino que fez carreira,

com todo vigor que tinha.

Hoje lembram do homem feito,

que traz medalha no peito,

e esqueceram do Tundinha!

Também dentro deste enfoque

tem Pedrim de Pedro Roque

menino assaz divertido.

Via Deus em algum astro,

imitava um pau de mastro,

fazendo grande alarido!

Eis aí alguns amigos

que superamos perigos

durante nossas jornadas.

Hoje, apesar da distância,

não me esqueço da infância

nem das pedras carregadas!

E assim, vamos embora,

pois é bem chegada a hora

de pensar em união.

Nada de briga ou pirraça,

vamos fugir da mordaça,

e ter paz no coração!

Juca Vieira

Imperatriz MA

11/09/2023

Juca Vieira
Enviado por Juca Vieira em 11/09/2023
Reeditado em 11/09/2023
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