O corpo seco

Nas bandas de Soledade

Bem perto de Tijuco Preto

Vaga um ser puro em maldade

É o assombroso corpo seco

Ninguém daquela cidade

Teve por ele um pingo de caridade

Não serviu nem pra esterco

Ele era um homem sem piedade

Que vivia naquela região

Matou muitos em Soledade

Com faca, faquinha e facão

E com seus dentes de alicate

Comia os pedaços de carne

Dos seus defuntos naquele chão

Um dia mataram o maldito

Que tinha tanto mal causado

Morreu no mais horrendo rito

Por um trator foi esmagado

No inferno ele não é bem quisto

Por Deus ele não quer ser visto

Não foi nem pra Deus nem pro diabo

Vive vagando pelo mundo

Com um sofrimento eterno

Como um pútrido vagabundo

Cheirando um enxofre dos infernos

O seu sofrimento é profundo

Não pode sair desse mundo

É frio como o gélido inverno.

Poemicida
Enviado por Poemicida em 28/08/2023
Código do texto: T7872152
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