A DESONRA
Muitos conceitos errôneos
Sobre a honra da mulher
Preconceito ou ignorância
Não se sabe bem o que é
Valorizar as pessoas
Por uma parte qualquer
Infelizmente a mulher
Sempre foi discriminada
Bastou cometer um erro
Pra se tornar mal falada
Ao defender seus direitos
Muito mal interpretada
Até pouco tempo atrás
Ideia não tão passada
Se a mulher casou donzela
Atitude admirada
Se isso não acontecia
Uma grande desvairada
Mas a donzela encantada
No auge da adolescência
Apaixona-se totalmente
Amor, entrega, inocência
Natural na sua idade
Age sem inteligência
Não tão distante o passado
Diziam bem conhecer
Se a mulher ainda é “moça”
Velho modo de dizer
É só abrir bem os olhos
Que é possível saber
O pior é que o povo
Acaba por assimilar
Que a mulher só tem valor
Se a todos agradar
Recatada e educada
Modelo melhor não há
E quando a bela mocinha
Chegava a engravidar
A mãe cheia de vergonha
Começava a espalhar
Não é primeira nem última
O meu neto vou criar
Alguns agem de outra forma
Sem ter muita paciência
Expulsam a filha de casa
Sem piedade e clemência
Desonra para a família
Que arque com a consequência
Mas, o tempo tudo muda
Amolece o coração
Com o sorriso do bebê
Acaba a lamentação
A vergonha já esquecida
Alegria vira então
E assim vamos vivendo
Como dita a sociedade
Pensamentos que incomodam
Restringem a liberdade
Andar na linha é preciso
Caminhando com a verdade
Povo cheio de razão
Moral da sociedade
Mas uma coisa é certa
Independe de idade
A mulher e sua honra
Nada a ver com virgindade
Mulher correta pessoal
Por aí tem de montão
Não é sua virgindade
Que diz sua condição
Só em mentes arrogantes
Ter única opinião.
Cléa Simone Oliveira Soeiro