VEJO O VERDE DA ESPERANÇA QUANDO CHOVE NO SERTÃO 

Sou sertaneja sou forte
Como disse um tal poeta
Carro de boi meu transporte
Leite direto da têta
Da vaca, pura sustança
Água vem do cacimbão
Vejo o verde da esperança
Quando chove no sertão

No sertão foi sempre assim
Goza-se de um tempo bom
Depois surge outro ruim
Natureza dá o tom
Ela toca a gente dança
Assim roda-se o pião
Vejo o verde da esperança
Quando chove no sertão 

A vida é um desafio
Para o agricultor
Labuta horas a fio
De aço que nem trator
Faz filhos e não se cansa
O amor é a combustão
Vejo o verde da esperança
Quando chove no sertão 

Mil novecentos e quinze
Quatrocentos mil morreram
Com a seca e seu requinte
Outros milhares migraram
Foi grande a desesperança
A fuga era a salvação
Vejo o verde da esperança
Quando chove no sertão

Retirantes nordestinos
Fugiam em paus-de-arara
Enfrentando os desatinos
Morrer tísico não lograra
Partiram sem segurança
Numa auto-sugestão
Vejo o verde da esperança
Quando chove no sertão 

Mas retorna a confiança
Se chove no seu torrão
Feliz rir como criança
Trabalha, faz multirão
Mantém a perseverança
Se a chuva regar o chão
Vejo o verde da esperança
Quando chove no








 
Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 18/08/2023
Reeditado em 16/04/2024
Código do texto: T7864588
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