Briga no forró
Eu estava entediado
Sem ter nada para fazer
Pensei, vou em um forró arrochado
Para o esqueleto eu remexer
O forró ficava longe
Sai rumo a estrada
Escutei! Ei vais pra onde?
Eu saí em disparada
Eu nem sequer respondi
A quem me perguntou
O sujeito gostava de confusão
Pensei; é sozinho mesmo que eu vou
Olhei ligueiro para trás
O cabra vinha animado
Dizendo, onde que esse homem vai?
Também vou com tu danado
Fiquei meio acanhado
E disse; vou no forró
Ele ficou animado
E disse, tu não vai só
Eu não tive o que fazer
E disse, vamos embora
Comecei a me tremer
Pensando!Meu Deus e agora?
Chegando lá no forró
O cabra se animou
Ele arrochou o nó
E a dançar começou
Atracou-se com uma morena
Cheirando no seu cangote
Dançava sem dó nem pena
Dava rodopio e pinote
E num desses rodopios
Esbarrou com um cabrâo
Me deu logo um calafrio
Pensei; agora deu o câo
Começou uma zuada
O forró se acabou
E foi tanta bordoada
Que o meu amigo levou
Pensei; Eu vou acudir
O cabra tá apanhando
Botei a minha cara ali
Também fui logo voltando
Levei um murro nos beiços
E tentei me aprumar
Levei logo outro no queixo
Cai no chão a chorar
O pobre de meu amigo
Não podia levantar
No ouvido era um zumbido
De ele tanto apanhar
Acabou toda a festa
Fomos embora a lamentar
Eu com um catombo na testa
E meu amigo a chorar
Saímos desconfiado
Fugindo pelo monturo
Meu espinhaço torado
Nós caindo pelo escuro
Acabou-se a valentia
Daquele cabra valente
Chegamos no outro dia
Com o inchado e sem dente
Bem que eu queria ir só
Mas, o cara foi fechado
Já dizia a minha vó, antes só
Do quê mal acompanhado