Miguelzin e o dente de ouro
Certo dia na casa seu João
Sentiu uma vontade danada
Chegando a acelerar o coração
De no mictório dar uma cagada
Foi bem ligeiro e com aflição
Sentou naquele grande buracão
E finalmente deu uma aliviada
Alí não tinha nem o teto
Um mictório a luz do luar
Parecia estar tudo certo
De felicidade e a gargalhadar
Até que distraído o esperto
Deixou cair no buraco um objeto
Sua dentadura a despencar
Seu João ficou desesperado
Pois nela tinha um dente de ouro
Os nervos ficaram irritados
Chega doeu o seu anel de couro
Deveria ter a dentadura tirado
Pra não ficar ali afundado
Sua dentadura era o seu tesouro
Miguelzin vendo a aflição
Que sofria aquela criatura
Teve uma idéia então
Pra resgatar a tal dentadura
Mergulhar no buracão
Com uma corda de proteção
Bem presa na sua cintura
Então assim se assucedeu
Miguelzin na bosta mergulhou
Afundou que se perdeu
Mas a tal dentadura encontrou
Seu João chega um pulo deu
Mas então a corda se rompeu
E o Miguelzin se afogou
E esse foi o triste fim
Um busca sem resposta
Foi -se pra sempre o Miguelzin
Coberto de um monte de bosta
Seu João de tão triste enfim
Com a boca murcha e sem o dentim
Ficou deprimido na palhoça.