Olhava as nuvens via imagens,
Dos anjos tocando trombetas,
Em meio as brandas virgens,
Estrelas e rastros de cometas,
O céu, nunca antes tão lindo,
Admirado, atônico e sorrindo,
Quando surgiram borboletas.
Todos lá no céu bem postados,
Eu de cá, da Terra, a devanear,
Inevitavelmente contemplado,
Admirando Deus, seu chamar,
Imaginei ser o fim dos tempos,
Prostrei-me de joelhos tentos,
E, nesse ensejo, vim despertar.
Foram dias afinco adormecido,
Num leito frio, de uma ala fria,
Havia visões dum céu límpido,
Nuvens, anjos, estrelas, eu via,
Meu corpo, alma em discórdia,
Contudo, Deus na misericórdia,
Restabeleceu-me naquele dia.
*Fato verídico, cuja exeriência transcendental e espiritual eu vivi, num leito de UTI.