MONOGAMIA

MONOGAMIA

Cuidado nobre senhora!

Cuidado, nobre senhor!

Com essa tal monogamia

Na real nunca vingou

Talvez o único fiel

Da terra até o céu

Só eu e “nosso” Senhor.

Você pensa, é só eu

Que estou chupando esse mel

Nem nota que o zangão

Perverso e muito cruel

Sem fazer uma centelha

Rapta a sua abelha

Lhe envenenando de fel.

Quando você vem com o néctar

Lhe recebe com carinho

Você fica derretido

Dizendo, mando sozinho

Bate no peito falando

Aqui eu mando e desmando

E o outro caladinho.

Falaram um dia a mim

As araras são fiéis

Elas já nascem casadas

Não modificam os papéis

Eu tinha em casa um casal

O “araro” se deu mal

A arara fincou os pés.

Passou um “araro” novo

Bonito e mais colorido

A arara bateu asas

Pra distante do “marido”

Acabou com minha infância

Perdi a última esperança

Nesse mundo pervertido.

Me amarro nos Bonobos

Macaco, minha esperança

Todo dia é Carpe Diem

Não inventam essa lambança

De fiel e monogamia

Vivem em paz, sem agonia

Sexo é a grande bonança.

Deu vontade vai pra cima

E nem quer saber quem é

Se é a “mulher” do outro

Ou se é sua “mulher”

Se é fêmea ou se é macho

Se alcançou o encaixo

Segue o baile, vai na fé.

Mas o tal de ser humano

Quis inventar presepada

Criou a monogamia

De uma tal vida casada

Esse é o X da questão

Quando lhe sobe o tesão

Alguém vai levar galhada.

O humano complicou

Criou a monogamia

E pra contrabalancear

Inventou a hipocrisia

Arranha e esconde a unha

Para não ter testemunha

Se torna pessoa fria.

Enfim, a monogamia

É um discurso perfeito,

Porém do discurso ao fato

Tudo vai perdendo efeito

É viver sempre no laço

E dizer não faz o que faço

Siga o discurso direito.

Mas casar é muito bom

Dependendo da companhia

Se tiver companheirismo

Se um canta o outro assobia

Isso é bacana demais

Se tem prazer tudo vai

De noite e por todo o dia.

Pode ser que no caminho

Não haja a necessidade

De necessitar de outrem

Isso pode ser verdade

Mas cuidado amiga e amigo

Que as vezes o inimigo

Se disfarça de falsidade.

Deixo aqui o meu abraço

E antes que eu me esqueça

Não se preocupe com os outros

Cuide de sua cabeça

Porque o chifre é sutil

Ninguém sabe, ninguém viu,

Mas pode ser que apareça.