A casa de Belarmino
Quem visita a Serra prova
Experiência sem igual:
Uma praça acolhedora
Que virou cartão postal,
Uma matriz imponente
Conta a história pra gente
De um tempo colonial.
Mas o que mesmo estarrece
Nem é a igreja e seu sino,
A praça nem a paróquia,
Nem o seu clima tão fino,
Mas sim, o charme e a doçura,
Na singela arquitetura
Da casa de Belarmino.
Sua bela faixada tem
Uma porta em cada canto,
Duas janelas entre elas,
Molduras em seus recantos.
Batentes aconchegantes
Onde flertaram amantes
Rendidos aos seus encantos.
Por fora e também por dentro
A residência cativa.
Na sala tem dois pilares
Contando história altiva.
Ao lado a coletoria
Que hoje coleta alegria
De cada memória viva.
Há pouco tempo atrás
Apenas dois quartos tinha,
Mas nunca faltou espaço
Quando a família vinha.
Na cozinha, ainda o cheiro
Do refinado tempero
Das filhas de Dona Idinha.
Também só tinha um banheiro
Encostado na dispensa.
No quintal tantas roseiras
Transmitindo paz imensa.
E de manhã o martelo
Na oficina de seu Belo
Ecoando voz intensa.
Nesta casa, Dona Idinha
Junto com Seu Belarmino
Seis filhos viram crescer,
Tomar cada um seu tino.
Acolheram depois netos,
Que hoje trazem bisnetos
Compondo esse destino.
Por isso é que essa casa
Construída de afeições
Deve ser sempre zelada
Mantida nas tradições.
A casa não é perfeita
Mas com esmero foi feita
E tombada nos corações.