O DE BEBUM NÃO TEM DONO
Eu vou contar essa história
Que eu guardo na memória
Da situação vexatória
De quem perde as estribeiras
Começou a confusão
Numa grande exposição
Numa festa de peão
Após uma bebedeira
Ele chegou escorneado
De cara cheia putiado
Com o ovo atravessado
Com vontade de aprontar
Se achando o onipotente
O que fez dali pra frente
Foi algo tão deprimente
Que da vergonha de falar
Como bebum faz lambança
Ele invadiu uma festança
Apanhou do segurança
Tentando ordenhar um touro
E na praça de alimentação
Tomou um gole de chimarrão
Cuspiu no lombo de um peão
Só pra ver cair o couro
Por esse ato atrevido
Levou um tapa no ouvido
Mas não se deu por vencido
Continuou a provocação
Queria dançar o caipora
Como foi mandado embora
tirou o bilau pra fora
E mijou dentro do salão
Depois de tanta imperícia
Se espalhou a notícia
Logo chegou a policia
E algemaram o bocó
Que reagiu à prisão
Levou mais um bofetão
E algemado ao camburão
Foi dormir no xilindró
Quando acordou no outo dia
Rezou pra virgem maria
O corpo todo doía
Ele estava ali sem roupa
Começava outro tormento
Tinha dormido ao relento
Abraçado a um cão sarnento
Que lambia a sua boca
Prometeu não beber mais
Pois diz ser homem de paz
Diz que é obra do satanás
Mas ele irá perder o sono
Pois onde estava deitado
Tinha um negão ao seu lado
E como diz o ditado
O de bebum não tem dono
E com medo do inferno
Apesar de ser inverno
Vestiu seu mais novo terno
E procurou o pastor
Mergulhado em oração
Pede pra Deus o perdão
E quando lembra do negão
Passa um filme de terror