CORDEL

Mote:

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

Rimas em ABABCDCD

Oitavas de sete sílabas poéticas

 

Quero agradecer a minha querida amiga Poetisa ErivasLucena, por aceitar mais um convite para construirmos um Cordel, cuja ideia central é propagar a nossa Literatura de Cordel no Recanto das Letras.

Abraços Poéticos

 

 

ZÉDIO ALVAREZ

 

1

Fugir da malogra morte

É deveras impossível

Filma a vida sem o corte

Dum final imprevisível

Ela nos deixa sem norte

Com vida, quem quer morrer?

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

2

De tanto mistério imenso

Ela vem tarde e vem cedo

Um assunto muito tenso

Falo dela tenho medo

Eu peço a ajuda da sorte

Sei que um dia vou morrer

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

3

Ela tem o prontuário

De toda face da terra

Tem qualquer itinerário

Desde a bela até a fera

Seja mal ou se comporte

Ou querendo e sem querer

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

4

Sonhei que tinha morrido

Pensei ser um imortal

Num velório sofrido

Acordei num recital

Com minha flor no resort

Com ela eu quero viver

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

5

“Sou espírito vagante”

As vezes acho que morri

Quero ser amado amante

Já chorei quando sofri

Eu não sou fraco, sou forte

Por amor não vou perder

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

6

Só quero pensar na vida

Vou viver do meu alento

Antes da triste partida

Curtindo meu sentimento

Eu não tenho passaporte

Vou insistir num querer

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

 

ERIVASLUCENA

 

1

Caminhamos para a morte

Lutando por nossa vida

De todos, a mesma sorte

Da sina não tem saída

Não há capaz que a aborte

Nos abraça com prazer

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

2

Difícil é dela falar

Não sabemos sua raça

A casa pode trancar

Ela atravessa a vidraça

Dela, ninguém nos acode

Você nem vai perceber.

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

3

Vez em quando alguém a busca

Ato por todos malquisto

Invisível, mas assusta

Somos para ela um Cristo.

Não se brinca com a sorte

É grande o seu padecer

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

4

Já convidei a megera

Pra com ela me levar

"Estás na fila de espera"

Você terá que esperar.

Me bateu com seu chicote

Me veio um arrepender

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

5

Dela ninguém escapa

Se correr ela te pega

Se ficar ela te encapa.

É pontual com a entrega

Enquanto não me recolhe

Vou aqui permanecer.

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

6

Hoje eu sou fonte de vida

Amanhã astro serei

No céu, na nova guarida

Com as estrelas brilharei.

Voarei com a consorte

No cair do entardecer

Eu não conheci a morte

Nem pretendo conhecer

 

Imagem da Internet

 

Zédio Alvarez
Enviado por Zédio Alvarez em 17/07/2023
Reeditado em 23/05/2024
Código do texto: T7838689
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