ALAGOA GRANDE
Na arte de versejar.
Eu quero aqui deixar.
Às futuras gerações,
História secular.
Neste cordel arretado,
Falarei de Paraíba.
Terra de grandes famosos,
Que atrai muitos turistas.
Olha só, caro ouvinte,
Entenda a minha sina.
Não deixarei esse chão,
Sem registrar sobre o Sertão.
Vim pra casa de Geóstenys,
Um artista consagrado.
Me contou toda história,
Do seu lugar tão amado.
E a história de um lugar,
É algo primordial.
Aos alagoagrandenses,
Gratulações mirienses.
Alagoa é portal,
Do brejo paraibano.
"Terra que o sapo não canta",
Mas, quem a visita, se encanta.
Há muito tempo atrás,
Defendeu aldeamento.
Os Cariris, fazendeiros,
Eita povo pioneiro!
Seu ideal, não falhou, não.
Mesmo com a imposição.
A luta não acabou,
Pela defesa do chão.
Na cultura, na política,
Saúde, educação.
Descendentes aguerridos,
Lutam pelo seu Torrão.
Neste Sertão do Paó,
"Nesga de terra que sobe".
Tem romaria, imagem,
À padroeira de Boa Viagem.
No vermelho, branco e azul.
Tricolor revolução.
Na estrela radiosa,
Tens assim lindo brasão.
E num mastro imponente,
Flameja a esperança.
Fulguras tua patente,
No peito de tanta gente!
Tens igrejas, tens theatro,
Comidas típicas, artesanato.
Tem também minha história,
Na cultura quilombola.
Resistir pra existir.
Fortalece o pensar.
Ancestralidade é primordial,
Tem o valor cultural.
E foi tão bom conhecer,
A casa de Margarida.
Foi calada sua voz,
Dentro de sua guarida.
Mas nasceu em todos nós,
Protestos e novas trilhas.
A marcha para Brasília,
É exemplo de partilha.
Reagir é movimento,
"É melhor morrer na luta".
Pois estão avante do tempo,
Mulheres absolutas.
E jamais foge da luta,
A mulher empoderada.
Defende sua pertença,
Merece ser venerada.
Pisando, dançando o coco,
No compasso da zabumba.
É cultura, tradição,
Faz bater o coração.
O coco é uma dança,
Que tem origem crioula.
É a primícia em Caiana,
E em toda Alagoa.
A diversidade do coco,
Traz diferentes sentidos.
No sapatear e palmas,
Os ritmos são competidos
E com os pés ou tropel,
Vou cantar, poetizar.
E mostrar com altruísmo,
A beleza do lugar.
Pois aqui jaz os mortais,
Do Rei Jackson do Pandeiro.
Mais famoso do Brasil,
No musical, pioneiro.
Nascido em Alagoa Grande,
Fez a sua trajetória.
Sua cultura ritmista,
Ficou em nossa memória.
Viveu José Gomes Filho,
De coco, xaxado e baião.
Marchinhas carnavalescas,
Arrasou no forrozão.
No Memorial do Rei,
Neste solo do Agreste.
É possível encontrar,
Sua saga no Nordeste.
Enche teu leito Paó,
Oh região montanhosa!
Pioneira da cachaça,
Produziu tanta manguaça!
É prazeroso dizer,
Que vim aqui para ver.
Faço reconhecimento,
Deste celeiro, no tempo.
Agora vou te dizer,
Que no alto do cruzeiro.
Tem as preces de um povo,
Que pede a Deus, renovo.
Volto então a falar,
É um prazer registrar.
Deixo aqui em memória.
Cordelizando história.
Negra Aurea: 03/7 a 13/07/23.