CORDEL
Num mote vou me apegar/ A esperança nunca morre.
Rimas em ABABCDCD
Oitavas de sete sílabas poéticas
Quero agradecer a minha querida amiga Poetisa ErivasLucena, pelo seu carinho à minha escrita. Com muita honra aceitei seu convite para construirmos mais um cordel, cuja ideia central é propagar a nossa Literatura de Cordel no Recanto das Letras.
Obrigado! Beijos poéticos.
ZÉDIO ALVAREZ
Eu discorro qualquer mote
Que venham desafiar
Já bebi água de pote
Sede não vai me matar.
Da sua roça do seu lar
Um matuto nunca corre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Quando construo um cordel
Rimo com letras ousadas
Eu misturo sal com mel
Com estrofes temperadas.
Versejo sem cozinhar
Um rimador me socorre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Faço poemas de amor
Com minha mãe natureza
Sem desfaçar sua dor
Reagindo com tristeza.
Dela temos que cuidar
Sua morte não comemore
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Não fique em cima do muro
O tempo passa ligeiro
Se você ficar no apuro
Vira um mero passageiro.
Nunca deixo de falar
Vivo nesse corre corre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Sempre enfrento um desafio
Na guerra não temo a morte
Eu luto e não silencio
Conto com a minha sorte.
Astuto vou enfrentar
Que minha calma não torre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Qualquer dia numa estação
Um casal apaixonado
Terá sinal da paixão
Com todo amor premiado.
Da quimera singular
Quem ama nunca sofre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
ERIVASLUCENA
Me fizeram um convite
Para um mote discorrer
Logo me veio a gastrite
Pensando em como fazer.
Mestre Google vou içar
Ele sempre me socorre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Oh, meu santo Zé Limeira
Vem me ajudar nessa luta
Com sua rima certeira
Fácil ganho essa disputa.
Mas se você não baixar
Desistir não me ocorre,
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Sou tua fã, nobre vate
Ó, poeta do absurdo!
Dizem qu'és um disparate
Eu discordo disso tudo.
Não tem como te negar
Tua fama ainda corre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Belos versos vou captar
Pro meu poema porreta
Na inspiração vou voar
Provocar grande retreta.
E se alguém me reprovar
A poesia recorre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Não me façam de fantoche
O meu pavio é curto
Não aceito esse deboche
Entro num curto-circuito
Mando tudo se lascar
Depois vou tomar um porre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.
Sou filha de um menestrel
Mas não sou um grande vate
Hoje ele está lá no céu
Eu não herdei a sua arte.
Ao cordel vou me ajustar
Minha veia ele percorre
Num mote vou me apegar
A esperança nunca morre.