O RELÓGIO DO DIPLOMATA
O relógio do diplomata
Miguezim de Princesa
I
Dizem que um diplomata,
Morador da Asa Sul,
Coisou com dois motoboys
Na banheira do Gugu,
Mas sumiram três Rolexs
E a coisa virou angu.
II
Para não rimar com tu,
Chegou o rapaz da banca,
Que só foi lá pra comer
Um feijãozinho de arranca
E ainda tomou uma taça
Que restou do Pera Manca.
III
Dentro da Delegacia
Um rapaz se explicou,
Disse que o diplomata
Foi quem primeiro chamou
E disse: - Peça o Rolex
Que na mesma hora eu dou!
IV
Ele foi lá e pegou,
Mas ficou contrariado,
Porque o acerto feito
Não foi bem o combinado,
Pois o Rolex do homem
Estava um pouco estragado.
V
Assim, meio avariado,
Todo cheio de arranhão,
O vidro meio trincado,
O ponteiro folgadão,
A beirada toda lisa
E amassado o botão.