Os Artistas da Minha Terra
OS ARTISTAS DA MINHA TERRA
Autor: Gil Gominho Diggiera - autor do Hino de Araripina e criador do Escudo Oficial.
I
Meu amigo Chico Cordeiro
Honrou nossos pais e avós
Agora eu vou falar
De gente importante pra nós
De minha Lagoa do Barro
Artistas que eu me amarro
E com quem conversei a sós
II
Essas pessoas também
São mportantes, lhes digo
Pertencem a três gerações
Que descendem dos antigos
Uns moram lá outros não
Estão todos no coração
De todos os nossos amigos
III
Vou começar por vocês
Chico Cordeiro e Cinete
Pais de George, amigo
Que conheci desde pivete
Fui amigo de Jairo
Neste instante eu pairo
Nas lembranças de moleque
IV
Minha terra tem artistas
De toda diversidade
Uns escrevem, outros tocam
Outros cantam a vontade
Falo desta gente boa
Os artistas da Lagoa
Que não conheço a metade
V
Se acaso não citar você
Não vá ficar chateado
É que de uns tempos pra cá
Eu tenho me ausentado
Sei que aí tem muito artista
Pintor, músico, cordelista
Escritor tem um bocado
VI
Atores, capoeiristas
E dançarinos tem de mais
Eu mesmo já participei
Até de peças teatrais
Geonaldes era da turma
E o gato que saiu da urna
Não apareceu jamais
VII
Petrônio era Sarney
Cláudia a eleitora
João de Niza era o bebo
Helena Deiva a Diretora
Eu no efeito especial
Nossa peça teatral
Era muito animadora
VIII
Tinham muitos bons atores
A todos não vou citar
Eram alunos da escola
Que fica neste lugar
Por nome São João Batista
Relicário sem iguá
IX
Também lembro dos mais novos
Talentos deste lugar
Na dita escola falada
Uma peça apresentar
"O Auto da Compadecida"
Foi o dia da minha vida
Que ri até se mijar
X
Deixando o teatro de lado
Agora quero falar
De um poeta muito bom
Que é filho deste lugar
O chamo de tio Missinho
Vou dizer o nome todinho:
Edmilson Gomes de Sá
XI
Tem outro muito sabido
Inteligente e sagaz
O homem faz muitos versos
Estudioso é demais
De tudo ele faz um pouco
Vou falar De um caboco
Que passa todos pra trás
XII
Ele se chama Geonaldes
Elhemberg complementa
Sua palavra é um tiro
Sua boca tem pimenta
Eu vou lhe dizer coronel
Que Pepeta do Cordel
Onde chega arrebenta
XIII
Tem um outro cordelista
Se chama Chico Cordeiro
Comerciante e artista
Neste grupo é o primeiro
A homenagear nossos pais
Avós e outros demais
O homem é bom e ligeiro
XIV
Até Hugo de Eurico
Já botou pra improvisar
E Tontonho de Ingraça
Mostrou que sabe rimar
Além de mostrar seu valor
Como grande construtor
É poeta de lascar
XV
Até Beta de Gualter
Se arriscou descer de cima
Ela é grande professora
Pela qual eu tenho estima
E hoje se realiza
Se mostrando poetiza
Versejando toda rima
XVI
E por falar em poeta
Sei que aqui é o meu lugar
Vou chamar outro caboco
Que na arte de rimar
Na prosa ou na poesia
Ele rima noite e dia
E trabalha sem parar
XVII
João de Deus é o seu nome
E eu quero convidar
Você é grande poeta
E filho deste lugar
Seu pai tem muito orgulho
De descender de Ciço Julho
Um grande escritor sem par
XVIII
Vou falar do "homem da lua"
Este grande precursor
Os artistas da Lagoa
Tem este grande cantor
Este tem as costas largas
Seu nome é Hilton Vargas
Nesta arte ele é doutor
XIX
Filho de Luiz de Tê
Nascido como Avelar
Toda a vida o garoto
Só sonhava em cantar
E com o brega do povão
Ele encanta a multidão
E toca em todo lugar
XX
E por falar em tocador
Eu toco no nome de alguém
Porque falo logo agora
Vão achar que me convém
Seu nome é Petrônio Gomes
Já tocou com grandes nomes
Violão e teclado também
XXI
Além de bom tocador
O Côcão tem mais uns dom
É cantor compositor
Filósofo e tem um som
Que estremece as parede
Pro caba dormir numa rede
Com seis léguas não é bom
XXII
Um dia ele ligou seu som
Um estrondo se escutou
A lagoa estremeceu
Com o grave se rachou
Um jumento fez carreira
Foi parar segunda-feira
Em Feira Nova chegou
XXIII
E como se não bastasse
Inda faz as gravação
De muitos dos bons artistas
Desta nossa região
Comanda banda e orquestra
Com a esquerda ou com a destra
Pinta o sete com a mão
XXIV
Quero mostrar os cantores
Que existem nessa terra
Aquele que tem talento
Canta, toca e não erra
Temos Márcio dos teclados
Todos ficam admirados
Pois esse canta, não berra
XXV
Tem Welson Araújo
Este canta e toca bem
O moço com o violão
Não perde para ninguém
É humilde e tem talento
Toca bem seu instrumento
Nem desafina também
XXVI
Temos Hugo dos teclados
Que é muito inteligente
Este é gente bacana
E também cabra decente
Toca indo e voltando
E o povo anda falando
Que ele é bom no repente
XXVII
Tem um cabra bom de fole
O nosso amigo Dedé
Ele com sua sanfona
Toca sentado ou em pé
O povo anda falando
Que o home está cantando
Até mais que o Zezé
XXVIII
A Ísis é muito bela
E nasceu para cantar
Desde mocinha nova
Já começou a brilhar
Pelos palcos desta vida
Ela é muito querida
Pelo povo do lugar
XXIX
Eugênio Sá é outro
Menino que canta bem
Com sua voz e afinação
Não fica atrás de ninguém
Dos cantores da Lagoa
Ele é gente muito boa
E todo o povo quer bem
XXX
Junior Sena é cantor
Desde que era rapaz
Na carreira que ele trilha
Sucessos canta demais
É rapaz de opinião
Filho de Nonato Serrão
E firme em tudo que faz
XXXI
Nonzinho é outro cantor
Que na nossa Lagoa mora
Cabra bom de voz e canto
Lá todo mundo lhe adora
Se é pra cantar ele vem
Pois todo mundo quer bem
E pra lhe ouvir não tem hora
XXXII
Agora falo de alguém
Aqui na ponta da rama
Ele também canta bem
Seu nome é Zé de Pifana
E ainda é poeta
Que ele tem como meta
É ganhar dinheiro e fama
XXXIII
Agora quero falar
De artistas especiais
Seus nomes são conhecidos
Homenagem aos ancestrais
Descendentes da Lagoa
E são gente muito boa
São muito bons no que faz
XXXIV
Começo pela princesa
Que nasceu para cantar
No palco ela é estrela
Com seu brilho a ofuscar
Angélica com sua voz
Faz jus ao seu avós
Gente querida de cá
XXXV
O outro é o Davi
O nome do outro irmão
Dentre suas qualidades
Posso citar um montão
Mas falo do guitarrista
Exímio contrabaixista
O melhor da região
XXXVI
Angélica filha de Claudia
De Cizinho neta é
David filho de Graça
De Genésio e Edister
Nesta família de artistas
Tem músicos e cordelistas
Em todos eu boto fé
XXXVII
Selma Barros é uma artista
Artista da arte plástica
Os quadros que ela pinta
É de uma beleza fantástica
Tem Inês Araújo Melo
Que pinta quadros tão belos
Na arte elas tem muita prática
XXXVIII
Tem também um desenhista
Que é um grande caboco
O seu nome é Naldinho
Na arte ele dá o troco
Pintou umas carnes no açougue
Um monte de cachorro soube
E comeram até o reboco
XXXIX
Temos também ceramista
É Jovita da lagoa
Ela faz pote e panela
Sua obra é muito boa
Ela é muito caprichosa
Nesta arte melindrosa
Ela não trabalha atoa
XL
Tem Adão de Epitácio
Que que é fino marceneiro
Começou com o seu pai
Que era grande carpinteiro
Na arte de fazer sinuca
Adão não esquenta a cuca
Ele é o pioneiro
XLI
Aqui tem muitos artistas
Em outras artes também
Pedreiros e desenhistas
Gesseiros e outros além
Que pra casar e ter colo
Batiam logo tijolos
Pra conquistar o seu bem
XLII
Fiz estes versos singelos
Pro povo do meu torrão
Espero você ter lido
Prestando toda atenção
Falei, não vou repetir
Que os artistas daqui
Tem minha admiração
XLIII
A todos deixo um abraço
Deste poeta irmão
Espero nos encontrarmos
Pra confraternização
Aqui em Lagoa do Barro
Terra boa que me amarro
Nas noites de São João
FIM