Mil Bebem ao teu lado, e Dez Mil a tua Direita e Tu é Atingido.
Era um alcoólatra sem fim,
Que não parava de beber,
Saía pelas ruas assim,
Sem saber aonde ia chegar.
Nem se importava de voltar
E ajudar a Maria a ninar o bebê.
Seus amigos o chamavam de Bêbado,
A família se preocupava,
Mas ele não ligava pro passado,
Seguia bebendo sem parar.
Sua família só sabia depois do babado,
E do dinheiro que o João gastava.
Numa noite de bebedeira,
Caído na rua, sem poder se mover,
Foi internado com parada respiratória,
E um susto grande, nunca vai esquecer.
Mas, a vontade de beber, maior que o temor,
No álcool encontrava a glória, seu amor.
Os males do álcool são muitos,
Afetam o fígado e o cérebro também,
A vida do alcoólatra é um luto,
E a família precisa rezar.
Mas João preferia se perder no álcool,
E da igreja corria do altar, como um tolo.
Muitos amigos tentavam ajudar,
Mas o alcoólatra resistia,
Precisava aceitar e mudar,
Na vida, sem hesitar.
Que pudesse beber novamente,
Embora infeliz e incontinente.
O caminho é árduo e difícil,
Mas a vida é valiosa demais,
Vale a pena seguir em frente,
Lutar contra o vício e seus ais.
Embora o vício seja voraz,
Ser resistente é trair a paz.
O alcoólatra precisa buscar ajuda,
Conversar com quem sabe então,
Mudar a forma de vida, a rota de ida,
E se libertar desse vício que é um ladrão.
Praticar esporte, jogar bola e corrida,
Logo notará que é o vício que causa a ferida.
O cordel muda aqui, mas a vida segue,
O alcoólatra deve lutar,
Contra o álcool, que só gera dor e aflição,
E recomeçar sem olhar para trás.
Aí, João não consegue se manter firme por mais,
Deseja a bebida , como um pássaro nos tremores.
E no bar do Zé da esquina,
Rola a cerveja gelada,
João ia todo dia sem perder a rotina,
Alcoólatra fiel, nada na mente, só a bebida alada.
A bebida era sua vida,
Mas o mal dela era seu desgaste, a sua partida.
Na rua, o sol se punha,
João já estava descontrolado,
Sua família em casa o esperava muda,
Mas ele nem imaginava o quanto era amado,
Causava tanto sofrimento,
Com seu comportamento.
O amor de sua esposa havia acabado,
Os filhos não suportavam a situação,
Ver o pai assim derrubado,
Seu lar era um inferno, a sua perdição,
João não percebia as feridas,
E a bebida só aumentava as despedidas.
No dia seguinte, o recomeço,
Mais uma vez o bar chamava,
João virou mais uma dose, sem progresso,
E a alegria o dominava,
Mas a ressaca do dia seguinte,
Trazia a tristeza que se agravava em sua mente.
Lá se foram os sonhos,
A felicidade se desfazia,
A bebida era o vilão,
Que destruía sua vida dia a dia,
João não sabia o que fazer,
O vício e sua mente já não mais iam dizer.
Será que ainda há tempo,
Para consertar o que se destruiu,
O vício traz o mal a todo momento,
Ferindo a si e quem a seu lado viu,
João buscava a solução com atenção,
Mas o caminho ainda era uma grande questão.
Os anos foram passando,
E as estrofes dessa história,
Foram se escrevendo com horror,
Ódio, alegria e muita ignomínia
A vida do alcoólatra não é cômica,
É marcada por muitas derrotas trágicas.
No final a lição ficou,
A bebida é um vilão cruel,
Que destrói famílias inteiras sem dó,
Que vai trazendo o monopólio do mal,
João hoje, não se recuperou,
Mas, em sua vida, tem um novo ideal.