Numa noite
Numa noite bem serena,
Vi os voos das falenas,
Vi o brilho das selenas,
Borrifando o luar.
Vi no céu, a estrela esquiva,
Muito mansa e sempre viva,
Com a alma bem cativa,
E um poeta a sussurrar.
Numa noite deslumbrante,
Li poemas elegantes
Com recitos bem cantantes,
E ouvi com jeito atroz.
Tive eu, sonhos furtivos,
Ostensivos e ativos,
Pensamentos muito vivos,
No entoar da minha voz.
Numa noite estrelada,
Me perdi na minha estrada,
Eu na sanha malfadada,
Só galguei na solidão.
Mas eu tive a lembrança,
Tal e qual uma criança,
Com afeto e esperança,
E amor no coração.