A CULTURA NA IDADE MÉDIA

Meus estimados leitores

Contarei esta tragédia

Construída pelo drama

E também pela comédia

Da narrativa feudal

À saga comercial

Cultural d’Idade Média.

Entre clérigos e nobres

Reis e senhores feudais

Cavaleiros e vassalos

Cidades e comunais

Mercadores do Oriente

E feirantes do Ocidente

Dos tempos medievais.

Logo nos primeiros séculos

Do tempo medieval

Se deu uma nova ordem

E emergente feudal

Nova cultura surgia

Teológica seguia

Sob a ordem clerical.

Da cidade para o campo

Foi-se sua economia

E a organização

Seguiu sem autonomia

E na área social

Político foram mal

Sem nenhuma garantia.

Pois no campo não se tinha

Aquela efervescência

Como a dos centros urbanos

E nem sua florescência

Assim a simplicidade

E a tal rusticidade

Eram a prevalescência.

E até mesmo as cidades

Que à ruína resistiram

Atividades artísticas

Culturais não conseguiram

Ou viraram um bispado

Ou também um principado

Pois foi assim que existiram.

Escolas episcopais

De educação clerical

Eram instituições

Do meio intelectual

Por bispos eram mantidas

E formações garantidas

Bem como no cultural.

Ainda havia os mosteiros

Onde monges dedicavam

Quase que exclusivamente

Manuscritos copiavam

Pois era a grande missão

Controle de educação

Que as igrejas comandavam.

A influência cristã

Nos tempos medievais

Era muito baseada

Em seus bens materiais

A nobreza conquistou

Política organizou

Seguindo seus ideais.

E passou a refletir

Toda a mentalidade

Chamado teocentrismo

Com muita propriedade

E assim o mundo estava

Ao pensamento que dava

Da religiosidade.

Porém no século X

A nova fase surgiu

De agitação cultural

E econômica viu

O comércio renasceu

Orientais - europeus

Com valor contribuiu.

E novos comportamentos

Culturais logo vieram

E as vontades divinas

Já não são mais como eram

Centros irradiadores

E assim novos valores

Tantos dogmas tiveram.

As escolas carolíngias

As mesmas continuavam

Ótimos centros de ensino

Pra alunos que começavam

Inicialmente ao trivium

Finalizando o quadrivium

E no básico formavam.

E com isso veio estímulo

Ao intelectual

Já que para a burguesia

Agora é fundamental

Então universidades

Tiveram prosperidade

Com seu lema original.

O studium generale

De todo conhecimento

E com toda efervescência

Ganhou reconhecimento

Universitas passou

Com as facultas se formou

Com o humano crescimento.

Também tinham privilégios

Com o direito de ensinar

A licentia docenti

Para quem se graduar

De impostos isenção

Também contribuição

Nem serviço militar.

Pensamento filosófico

Foi muito intensamente

Influenciado pela

Igreja solenemente

Que era mais teologia

Dos dogmas que se via

Muito semelhantemente.

Sendo assim Santo Agostinho

Pregava a tão corrompida

Que era natureza humana

Na fé era contrapartida

É onde está remissão

Para eterna salvação

Não tendo outra conhecida.

Depois veio a Escolástica

Que buscava harmonizar

A razão e a tal fé

Com seu fim de equilibrar

Que na vontade de Deus

Mais com esforços bem seus

Homem há de prosperar.

Pedro Abelardo dizia

É a interrogação

Chave da sabedoria

Que leva investigação

Ela é a prioridade

Pois dela vem a verdade

Escrita no ‘Sim e Não’.

Por um lado, a Escolástica

Valorizou a razão

Por outro deixou o clero

Com sua orientação

Mantendo a supremacia

Que a igreja possuía

Em sua instituição.

Foi São Tomás de Aquino

Um Professor de Paris

Mais influente escolástico

Que essa História nos diz

Fez a epistemológica

Pela Suma Teológica

Botando os pingos nos is.

Mas igreja sucumbiu

Mesmo fazendo a postura

Condenou a ambição

Mas não teve compostura

A lei não tinha rigor

E foi perdendo valor

Pelo pecado da usura.

Até o século X

O latim constituía

A única língua culta

Que no Ocidente se havia

Na missa era instrumento

Em livro e documento

Se falava e se escrevia.

As línguas vulgares expressas

Pelo povo oralmente

São da fusão do latim

Com as bárbaras comumente

E vem as nacionais

Que falam cada vez mais

O que cada país sente.

As línguas nacionais

Começam a ser escritas

Sendo mais utilizadas

Se tornando favoritas

Espanhola, portuguesa

Italiana, francesa

Alemã, inglesa ditas.

Assim a literatura

Pode então reflorescer

Já era o século XI

Com muito para escrever

A épica poesia

Trouxe então a maestria

Do que vamos descrever.

Seus temas e personagens

Eram essencialmente

Masculinos com destreza

Cavaleiros comumente

Contavam sobre bravura

Lealdade, aventura

Bastante solenemente.

E são as mais importantes

Tais obras medievais

A canção dos Nibelungos

Poema do Cid e mais

Bela Canção de Rolando

E muita gente contando

Tais épicos ancestrais.

E já no século XII

Nova fase inaugurou

Pois veio trovadorismo

E o cortês começou

Este nasceu na Provença

Tão logo ganhou a crença

E na Europa se espalhou.

Os trovadores tratavam

Do heroísmo louvar

Mas o tema predileto

Era o amor pra cantar

Aquele amor bem vivido

Aquele amor oprimido

A mulher para exaltar.

O amor e heroísmo

Bem assim contribuíram

Romances medievais

Os ciclos constituíram

Rei Arthur e cavaleiros

Mais amor são romanceiros

Sentimentos concluíram.

Com poetas goliardos

Houve satirização

Satirizavam o clero

A sociedade então

Eram pobres estudantes

Poetas, comediantes

Muito poema-canção.

No fim da Idade Média

A produção literária

Então veio apresentar

Uma linha humanitária

Influência escolástica

Ou quem sabe até sarcástica

Com força universitária.

E os dois grandes destaques

De forma bastante honrosa

Tratam da sociedade

Semelhante a uma glosa

Eis a Divina Comédia

Ou seria uma tragédia

E o Romance da Rosa.

Surgiu na Alta Idade Média

Um gênero bem notório

O canto gregoriano

Graças ao papa Gregório

Na Baixa veio a canção

Com alguma profanação

Tinha um tom contraditório.

Veio a música Ars Antique

Religiosa e profana

E substituída

Por uma mais soberana

Ars Nova na melodia

Mais o texto renascia

Que esse tempo já afana.

Foram dois grandes estilos

No campo da arquitetura

O românico e o gótico

Ditaram a estrutura

O tempo medieval

Do castelo a catedral

Engenharam a cultura.

No românico se tinha

A maciça construção

Pesada, de linha simples

Área de grande extensão

Com a horizontalidade

Que dava tranquilidade

E segura devoção.

O florescimento gótico

Representava a cidade

Da economia urbana

Com sua prosperidade

De estrutura vertical

Bela e alta catedral

Luz e grandiosidade.

Oposta a teologia

Ciências não andaram

Sarracenos, bizantinos

Nos estudos avançaram

Igreja com repressão

Da tal Santa inquisição

Os métodos condenaram.

Mas novos rumos vieram

Com expansão comercial

Contatou o mundo árabe

No intelectual

Medicina, matemática

Mais astronomia e prática

Um novo tempo afinal.

Encerro aqui meus leitores

Lhes desejando alegria

Desse folheto de história

Que escrevi na calmaria

Dos tempos medievais

Reis e senhores feudais

Predizendo o que viria.

Boa Vista, 19 de junho de 2020.

Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira em 07/06/2023
Código do texto: T7807761
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