Incontro dos cumpadis na Bahia
Dedicado aos cumpadis Pedrim Goltara e Airan Ribeiro que vão se incontrá pra modi farreá, la na cidade de Itanhem.
Oi cumpadi, eu tô sabeno,
Que o Pedrinho tá chegano,
Ele num tá nem cumeno
Já se pensa viajano.
Ele preparô as mala
E vai levano o seu fio,
Que vai drumi na tua sala
Diz que aí nunca faiz frio.
Meu cumpadi eu ti suplico,
Num dexa o Pedrim bebê,
Esse assunto eu te exprico
Vai sê mió pra ocê.
Ele bibia cerveja
Lá nos cafundó do juda,
Dispois subia nas mesa
Era um deus-nos-acuda.
Jurava que era boto
Vindo do rio Araguaia,
Coitadinho do garoto
Das muié ribava as saia.
Chamarum inté delegado
Pra resorvê o pobrema,
E Pedrim todo assanhado
Chamou-o: "minha pequena".
Foi dada voz de prisão
Para o boto bebedô,
Levado no camburão
Por desacato ao dotô.
É pur isso que vus falo
Num dêxa o cabra bebê,
Pra num pisá no seu calo
Inté pode lhe batê.
É mió, oceis dois junto,
Fazê um belo cordel,
E publicar em conjunto
O tema é sobre "motel".
Mais se oceis nun quisé
Pode inventá outro tema,
Sobre o galo garnizé
Que flertô cum a seriema.
A foto do carro dele
Que aparece inrriba,
Deixou-o sem os cabelo,
So lhe dá dor de barriga.
Boa noite meu cumpadi
Agora já vô drumi,
Dê boa noite pra cumadi
Pois já tá choveno aqui.
(Hull de La Fuente)