CONVIVEMOS NO HOSPÍCIO DA INSANA SOCIEDADE 
 

Do mundo, canto as mazelas
Com as minhas rimas pobres
Redondas feito arandelas
Ponho pra curtir em odres.
Bebo-as e não temo o vício
Me embriago sem maldade
Convivemos no hospício
Da insana sociedade.

Dizem que eu sou trovador
Que das trovas eu sou mestra
Faço delas meu andor
Sim, eu me declaro poeta!
A loucura é meu ofício
Eis a mais pura verdade
Convivemos no hospício
Da insana sociedade.

Sendo poeta sou louco
Um profeta da verdade
De tudo entendo um pouco
De amor, tristeza e saudade.
Me chamaram de estrupício
Sem razão nem piedade
Convivemos no hospício
Da insana sociedade.

Quando dizemos que é não
Alguém sempre nos contesta
Não segue nosso refrão
Cria-se muitas arestas.
As vezes um precipício
Sem qualquer necessidade.
Convivemos no hospício
Da insana sociedade.

" Tá todo mundo louco, ôba!"
Bradou um louco poeta.
Todos na bancarrota
Nesse circo fazem festa.
Vivem fazendo comício
Apregoando inverdade
Convivemos no hospício
Da insana sociedade


 
Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 18/04/2023
Reeditado em 16/04/2024
Código do texto: T7766896
Classificação de conteúdo: seguro