O INVERNO NO NORDESTE
Vou falar um pouquinho
Da nossa tradição popular.
Dos costumes do nordeste.
Aqui tem do melhor que há.
Filé de boi e buchada de bode.
Não se encontra noutro lugar.
Aqui e em todo nordeste.
O inverno e sempre assim.
O lavrador faz os trabalhos.
Com um rodízios sem fim.
De manhã toma seu cafe.
E vai trabalhar emfim.
Em janeiro a chuva cai
Escorrendo pela calha.
Na roça o feijão floresce.
E seus ramos se espalha.
O verde toma terreno.
O milho escurece a palha.
O solo está tombado.
Onde se planta gergelim.
Campina o feijão e o milho.
Semeia um pouco de capim.
E na terra tombada se faz,
O plantio de amendoim.
Os vaqueiros logo cedinho.
Ordenha as vacas leiteiras.
Depois leva para vazantes
Coloca gibão e perneiras
Só depois vai para o roçado
Campeã boi nas caatigueiras.
Em fevereiro em diante
Os pés de fava no monturo
Está pronto para colheita.
Na roça tem feijão maduro.
Assim o povo nordestino
Vai garantino o seu futuro .
Os açudes estão sangrando.
Com oitenta cm de altura.
No nordeste tem muitas pescas.
Aqui o povo não tem frescura
Fritam peixe e fazem pirão .
Nessa época so tem fartura.
O milho verde é tradição.
Em tudo é muito usado.
Qualquer forma me seduz.
Feito polenta ou cozinhado.
Pamonha, canjica e cuscuz.
O cardápio está recheado.
A neblina cai pela madrugada.
Amanhece o nordeste banhado.
Deixando a relva ensopada.
Com o orvalho bem gelado.
Orquestrando toda passarada.
O xexeu cantando animado.
Do Ceará até à Bahia
Se olhar de leste a oeste.
Qualquer forma que cruzar.
E território do nordeste.
Do Rio Grande ao Piauí .
So se ver cabra da peste.
O Bumba-meu-boi é tradição.
Em quase todos os estados.
Tem forte representação.
Em outros é homenageados.
Alagoas,Piauí e Maranhão.
Onde é muito respeitado.
No cidade e no interior
Feijão verde feito baião.
Com machixe e consumido.
No Ceará e em toda região .
As poucas simplicidades .
São motivos de atração.
Agora vou me despedindo.
E logo aviso de antemão.
Que estas linhas de cordel.
Nas quais estou me referindo.
É também meu passatempo.
E dedico a todos os Nordestino.
Autor :Cicero Leandro de Oliveira Cavalcante
D.A.lei 9.610//98