NÃO NEGO A TECNOLOGIA, POREM NÃO TROCO POR MINHA CRIATIVIDADE 

Trocamos nossa memória 

Por uma artificial

O tal ChatGPT

Vem se tornado afinal

A tal febre do momento 

Temo que o sofrimento 

Surja num golpe fatal.

 

Tem gente que está vibrando

Com essa nova invenção 

Estudantes vêm caindo

Na terrível tentação 

Por não querer se esforçar 

Manda o robô "trabalhar"

E assim tem tudo na mão. 

 

 A mim há grande problema 

Talvez seja vaidade

Não sei se um dia me curvo 

A essa grande inverdade,

Não vou deixar que um robô

Roube o que tenho e o que sou

Paixão e criatividade. 

 

Fico aqui com meus botões 

No meu canto imaginando

Eu sentado ali inerte

A um robô suplicando

Que escreva poesias

Tirando-me a alegria

De eu ser feliz criando.

 

Não nego a tecnologia

E acho até bem legal, 

Mas trocar minha inteligência   

Por uma artificial

Além de ser esquisito

Juro, jamais admito

Porque sou original.

 

Me chamem de obsoleto

De velho e ultrapassado 

Sou velho e estou passando

Talvez sem deixar legado,

Porém vou com muito orgulho,

Pois eu crio o meu "bagulho"

Sem um robô abestalhado.

 

E só para terminar

Eu vou falar bem ligeiro

Depois que veio o tal pix 

Da banda do estrangeiro 

Eu ando igual menino 

Perdido sem desatino

Com o bolso sem dinheiro. 

 

Não vou negar que é legal

Porém causa confusão 

Dia desses essa moléstia 

Acabou me deixando na mão 

Passei tremenda vergonha 

Com essa coisa medonha

Que vem da mesma invenção. 

 

Então pergunto a vocês 

Que buscam essa inverdade 

Se uma hora qualquer 

Em um ato de perversidade 

Alguém "mate" o robôzinho

Em qual será o caminho

Que se perde a humanidade?

 

Enquanto vida eu tiver

Fico com minha verdade

Uso a tecnologia,

Mas jamais serei covarde

De entregar de mão beijada

Para essa robôzada

Minha criatividade. 

JOEL MARINHO