Martelo

Batia o sino da catedral,

Som agudo de martelo,

Naquele litúrgico ritual,

Posto que, Sol amarelo,

Era como se fosse aviso,

O anunciar era preciso,

Diante a badalada final.

 

Meio rito caiu o martelo,

Atingiu testa do cardeal,

Uma catástrofe no clero,

Constatou-se morte fatal,

Povo pasmado em terror,

Maldito martelo voador,

Na figura nórdica do mal.

 

Será comunismo afinal?

Disse o cego, forte anelo.

Ralha o frade ao rouxinol:

Nada de foice e martelo!

Morte, certeza do cristão,

Martelo que cravou a mão

De Cristo... Injusto flagelo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 29/03/2023
Reeditado em 30/03/2023
Código do texto: T7751976
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