Martelo
Batia o sino da catedral,
Som agudo de martelo,
Naquele litúrgico ritual,
Posto que, Sol amarelo,
Era como se fosse aviso,
O anunciar era preciso,
Diante a badalada final.
Meio rito caiu o martelo,
Atingiu testa do cardeal,
Uma catástrofe no clero,
Constatou-se morte fatal,
Povo pasmado em terror,
Maldito martelo voador,
Na figura nórdica do mal.
Será comunismo afinal?
Disse o cego, forte anelo.
Ralha o frade ao rouxinol:
Nada de foice e martelo!
Morte, certeza do cristão,
Martelo que cravou a mão
De Cristo... Injusto flagelo.