NO DIVÃ DA POESIA
Meu Deus, a vida é tão bela
Como é bela a natureza
Porém, humanos são vis
Disso, também, a certeza
Quanta mediocridade
Disfarçatez e maldade
Sem nenhuma sutileza
Oh, Deus, também sou humana
Mas não quero ser assim
Sei que o ser humano é falho
Mas cheguei ao estopim
Digo, com sinceridade
Quero sorrir de verdade
Crer em quem sorri pra mim
Poesia é meu refúgio
Meu oásis no deserto
Minha válvula de escape
Meu maior divã, decerto
Cada vez que sai um verso
Penso que, com Deus converso
Que o tenho sempre por perto
Se acaso meus versos lerem
Dispenso a preocupação
Não cochichem que estou mal
Ou que tenho depressão
Desopilar me convém
Faço versos, fico bem
E agradeço em oração
Grata por tudo que tenho
Feliz por tudo que sou
Mas se tiver que encontrar
Quem a mim, repudiou
Continue a disfarçar
Que continuo a orar
Porque, com Deus sempre estou
Tânia Castro - Doutor Severiano-RN