O Candeeiro

Apresento o candeeiro

Que vive sempre a alumiar

A escuridão de algum lugar

Do Nordeste Brasileiro

Como o sertão altaneiro

Onde a lua faz clarão

No aboio do sertão

Que sai do vaqueiro aboiador

Evitando as palavras de furor

Que destrói uma canção

( 1 )

Aquilo que já virou lamparina

Tem nome de lampião

Seja em qualquer região

Do verso que não afina

Com poesia Nordestina

Declamada no sertão

De uma bela vegetação

Encantando a natureza

Que desponta sua beleza

Sumindo na imensidão

( 2 )

Dos mais lindos tabuleiros

Cortando a paisagem do sertão

Do candeeiro ao lampião

Reacendendo o luzeiro

Do sertão altaneiro

Tomado pela escuridão

Onde lua faz clarão

Iluminando a paisagem

Na beleza de uma imagem

Encantando o sertão

( 3 )

Candeeiro não é lampião

Mais se faz de lamparina

Na sociedade Nordestina

Das quebradas do sertão

Sertanejo faz a mão

O instrumento que alumia

Da noite ao romper do dia

Vaqueiros na apartação

Vai seguindo a sintonia

No canto de alegoria

Do vaqueiro do Sertão

( 4 )

O candeeiro alumia

A casa de pau-a-pique

Espinhos de xique-xique

Logo ao romper do dia

Que entorta e desvia

No cercado de uma casa

Urubu acendendo a asa

No pé de mandacaru

Com passo-preto e anu

Desfilando suas asas

( 5 )

Na sombra do juazeiro

Que é símbolo do sertão

Onde a lua faz clarão

Do sol que vem primeiro

Foi-se embora ligeiro

Sumindo na imensidão

Dando lugar ao lampião

E a luz do candeeiro

Pelo povoado inteiro

Iluminando o sertão

( 6 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 21/03/2023
Código do texto: T7745823
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