O Candeeiro
Apresento o candeeiro
Que vive sempre a alumiar
A escuridão de algum lugar
Do Nordeste Brasileiro
Como o sertão altaneiro
Onde a lua faz clarão
No aboio do sertão
Que sai do vaqueiro aboiador
Evitando as palavras de furor
Que destrói uma canção
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Aquilo que já virou lamparina
Tem nome de lampião
Seja em qualquer região
Do verso que não afina
Com poesia Nordestina
Declamada no sertão
De uma bela vegetação
Encantando a natureza
Que desponta sua beleza
Sumindo na imensidão
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Dos mais lindos tabuleiros
Cortando a paisagem do sertão
Do candeeiro ao lampião
Reacendendo o luzeiro
Do sertão altaneiro
Tomado pela escuridão
Onde lua faz clarão
Iluminando a paisagem
Na beleza de uma imagem
Encantando o sertão
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Candeeiro não é lampião
Mais se faz de lamparina
Na sociedade Nordestina
Das quebradas do sertão
Sertanejo faz a mão
O instrumento que alumia
Da noite ao romper do dia
Vaqueiros na apartação
Vai seguindo a sintonia
No canto de alegoria
Do vaqueiro do Sertão
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O candeeiro alumia
A casa de pau-a-pique
Espinhos de xique-xique
Logo ao romper do dia
Que entorta e desvia
No cercado de uma casa
Urubu acendendo a asa
No pé de mandacaru
Com passo-preto e anu
Desfilando suas asas
( 5 )
Na sombra do juazeiro
Que é símbolo do sertão
Onde a lua faz clarão
Do sol que vem primeiro
Foi-se embora ligeiro
Sumindo na imensidão
Dando lugar ao lampião
E a luz do candeeiro
Pelo povoado inteiro
Iluminando o sertão
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Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.