É ABSURDO O ZÉ LIMEIRA

Orlando Tejo descreve

Limeira num narcisismo

Mais um Paraíba Zé

Que não segue saudosismo

Seu poema de gracejo

Salva todo nervosismo.

Nervosos numa viola

Zé nos dá o brilhantismo

Versos quando se juntam

Mudam todo romantismo

Por vezes o Zé Limeira

Briga com o pedantismo.

Pedantes sobem o nível

Cordel do subjetivismo

Vão pra feira com Leandro

Pra vender relativismo

A letra criando mundo

Dentro do primitivismo.

Primitivos portugueses

Nos mares do populismo

Assim se fez o cordel

Depois revisionismo

Vindo chegar no Brasil

Nas ondas do pluralismo.

No plural de Zé Limeira

Deixaram de pessimismo

O cabra vive mais vivo

É frase do simbolismo

Tejo depois que se foi

Deixou Zé no conformismo.

O mundo não se conforma

Pela questão do machismo

Povo faz parte do tédio

Quer tudo no revanchismo

Grana determina fatos

Nos contos do fetichismo.

Fetiches constroem templos

Mostrando gasto fascismo

País de viés grotesco

Envolvido no racismo

Lágrimas de dissabor

São soltas num ceticismo.

Politicamente céticos

Num tal figurativismo

Todo poder lhe sucumbe

No cooperativismo

Zé Limeira tem mostrado

Bases do construtivismo.

Construir nesses absurdos

Pra servir surrealismo

A peleja com Sobrinho

Deixou no liberalismo

Montado numa jumenta

Se foi pro naturalismo.

A Pátria no natural

Cai logo no fanatismo

Trata com indiferença

Num frágil absolutismo

Política não sucumbe

Traços do proselitismo.

Prosélitos mundiais

Por não pensar humanismo

A politicagem perde

Nesses sons do xamanismo

Eleitores no sufrágio

Lutam pelo paganismo.

Os candidatos pagãos

Gostam do clientelismo

O poder deste problema

É falso paternalismo

Desencontros de besteiras

Razão no coronelismo.

Coronéis não serão fortes

Neste corporativismo

Agradar ou fazer crer

O jogo é do civismo

O político é fraco

No gentil extrativismo.

Extrair desse Zé Limeira

Que não fez malabarismo

Defendeu tudo que quis

Tradutor do primarismo

Fez viola ter coragem

Sem pensar no carreirismo.

A carreira que Zé deu

É um quase dogmatismo

Esquecimentos tardios

Num fiel astigmatismo

Belos versos insistentes

Vivem imediatismo.

Em lares imediatos

Há só sentimentalismo

Nessas classes sociais

É o transcendentalismo

As emoções todas vão

Cantarem sem ter batismo.

No batizado tem luz

Recriando vandalismo

Os países se juntam

Fiel imperialismo

Coletivo troca tática

Tem individualismo.

Indivíduos lutadores

Na força do leninismo

Haveria paz no mundo

Sem exibicionismo

Toda guarda florestal

Abastece comunismo.

Comunidades choram

Por não ver patriotismo

Daquelas forças dos dedos

Ninguém vem no quixotismo

Tantas mortes dos poetas

Cantam pro separatismo.

Separar se fragiliza

Dentro do capitalismo

Tantas vezes o Congresso

Se torna num tribalismo

As tribos grandes comendo

Sem falar socialismo.

Os fatos sociais vivem

No bojo cognitivismo

Há profundos tremeliques

Causando produtivismo

Zé sabe que todo mundo

Visa ter exclusivismo.

Exclusivos se lançam

Avançando cretinismo

Sartre pensou grande salto

Existindo formalismo

Dava-se fim de carreira

A tudo do feudalismo.

Povos feudais permanecem

Nativos no terrorismo

Europa tirou proveito

Repassando folclorismo

Povo na melancolia

Brotando sedentarismo.

Os sedentários contam

Sobre conservadorismo

Adeus às prerrogativas

É um tanto sectarismo

Os mesmos ideais vem

É o totalitarismo.

No total desses problemas

O nosso problematismo

É grande tentar saber

O mal desse caratismo

Que trabalha de carteira

E se faz parasitismo.

O mundo dos parasitas

Forma talvez canalhismo

São raças miscigenadas

No traço do pontilhismo

Para legitimar nada

Nas sombras do trabalhismo.

Religião tem trabalho

No campo sem ostracismo

É bem forte ser político

Nesse gentil islamismo

Surgem magras controvérsias

No centro do judaísmo.

Jesus veio da Judéia

Estava num reformismo

Numa zona de conforto

Distante do consumismo

Pinta face melancólica

Num tremendo dinamismo.

O mundo se faz dinâmico

Pensa no negativismo

Política sucumbindo

Que nega positivismo

Todo néctar da manhã

Precisa coletivismo.

Zé, vamos de coletivo

Buscar o cavalheirismo

De damas engaioladas

Sem ter o companheirismo

Todos soltos numa rua

Fazendo baita turismo.

Europa com seus turistas

Quase bebe no budismo

América ganhou luta

Naquele vil metodismo

Ásia nunca quis ficar

Num profundo comodismo.

Nos cômodos do cordel

Tem experimentalismo

Na palavra mais absurda

Há sensacionalismo

O Zé Limeira presente

Vive nacionalismo.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 17/03/2023
Reeditado em 23/09/2024
Código do texto: T7742696
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