Seriguela vira Cajá

Dizem que a seriguela vira cajá

São coisas que só acontece

Nas quebradas do sertão

Do sertão ao agreste

Quem já viu e conhece

Se deleita de montão

Essa fruta Nordestina

Vou seguindo essa sina

Agente não afina

Isso atiça até desejo

( 1 )

Acedendo o lampejo

De desejo de menina

De seriguela eu entendo

De cajá também

Quando eu vejo me rendo

Não distribuo a ninguém

Tem seriguela pequena

Também tem cajá manga

E um menino roubando a cena

Saindo de fininho

( 2 )

Do roçado do vizinho

Pior é sair correndo

No sertão se escondendo

Do cano da lazarina

Ou quando alguém pega no flagra

Na base da carabina

De quem pega e não larga

Vendo a passada larga

Pegadas do pé ligeiro

Do menino mexeriqueiro

( 3 )

Pois quando anda solto

Parece um galo solto

Pra fora do ‘puleiro’

Roubando cajá manga

Da casa do vizinho

Ainda vive mangando

Da cara do coitadinho

Coisas que acontece no Sertão

De gente sem noção

Sem saber a gravidade do perigo

( 4 )

Lhe digo meu amigo

Eu vou ter que terminar

As verdades que eu digo

No cordel a declamar

Sobre as frutas do sertão

Vale à pena saborear

Só não seja um sem noção

Como se fosse um ladrão

Faz a seriguela virá cajá

Nas quebradas Sertão

( 5 )

Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.

Moisés Aboiador
Enviado por Moisés Aboiador em 14/03/2023
Código do texto: T7740351
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