Aroeira
Existe uma árvore no Sertão
Que é uma resistente madeira
Não é nenhuma mangação
Eu falo da aroeira
Típica da caatinga
Na imensidão respinga
Pra metros de carreira
Dela se faz de tudo
Faço versos miúdos
Dessa árvore do Sertão
( 1 )
Que serve de mourão
Quando se prende o gado
No meio do cercado
Ou a madeira final
Quando se prende o gado
Pra dentro do curral
Também serve de banquete
Pro menino danado
Esperando avexado
Por um copo de leite
( 2 )
Quem nunca se deleitou
No curral se afundou
Comendo Requeijão
Com café e leite
São coisas do sertão
Aprecie e deleite
Há quem diga que a aroeira
Cura até dor de coluna
Basta o cabra tomar o chá
Deitar e se encostar
( 3 )
Rapidinho ele se apruma
Do mal que pegou
Não sei quem falou
Mais o povo vive contando
Esse boato semeando
No meio do Sertão
E não acaba aqui não
Diz que já foi comprovado
Sem qualquer refutação
A tal aroeira cega a boca do machado
( 4 )
Moisés Aboiador - Poeta de Literatura de Cordel de Jequitaí no Norte de Minas.